O Ausente Suspiro

Por Vitor Berigo | 6/30/2010 09:41:00 AM em | comentários (0)

O atleta ganha a medalha,
que nenhum poema pôde exprimir
a emoção dilui-se em lágrimas
feita do seu passado, o fim.

...Sua felicidade está numa realidade,
mas a corrida continua contra seu tempo...

Ao correr a vida que transpirou,
que nenhum poema pôde exprimir,
no vácuo da lembrança a medalha ficou.
Um tempo diluído em lágrimas,
como o significado de suas palavras.

Deu a entender o poema:
Suas saudades.

JÚLIA

Por Pedro Du Bois | 6/28/2010 02:30:00 PM em | comentários (0)

O gesto percebido
............... pelo corpo: externo
.....................................e interno
.....................................ser (seres)

................na completeza
............... com que a vida
............... se renova
............... sem dispensar o antigo
............... hospedeiro
............... sem deixar de considerar
............... a novidade: hóspede

o gesto eterniza o instante
em que os dois organismos
.........................se libertam.

(Pedro Du Bois, JÚLIA)

Acho mesmo que a vida é recheada de pequenos atos. A mim, cabe escolher a cobertura. Você deve se perguntar agora o porquê de começar essa crônica falando de comida. Pois é, escrever e viver estão ligados ao preparo de um prato, a uma receita. Escrever e viver são receitas, mas, em alguns momentos, as pessoas esquecem ou não aceitam receitas de terceiros e resolvem improvisar suas próprias receitas, chegando a matar, cair em desespero, chorar por coisas que aparecem mascaradas de coisas ruins e que nos enganam com fisionomias toscas e grandiosas, mas que não passam de pequenas coisas, somente pequenas coisas, transitoriedades. Para piorar, algumas dessas pessoas chegam até a achar que pode ser o fim do mundo, que o túnel da boa esperança está sendo fechado por uma enorme pedra que sufoca tudo, deixando tudo negro, tudo apertado, tudo irrevogável.

Eu resolvo todos os meus pequenos atos com outro pequeno ato, tão simples quanto falar um oi em um dia ensolarado ou dizer bom dia para as pessoas que cruzo no caminho ao trabalho. Resolvo uma pequena coisa como, por exemplo, uma conta bancária no vermelho, tomando uma latinha de cerveja. Noutro dia fui ao supermercado e, ao sair, deixei a pizza cair com o recheio para baixo, sendo sugada pelo chão. Na mesma hora, a minha irmã me disse que os recheios são atraídos para o asfalto, pra o chão, para baixo. Fiquei puto da vida, mas também resolvi o problema de forma simples: tomei outra latinha de cerveja. Não deixei uma simples pizza me levar com ela ao chão, me levar para baixo. Isso também tenta acontecer quando meu time perde, mas lá vou eu até a geladeira, pego uma latinha de cerveja e resolvo tudo com alguns pequenos goles desapressados. Até mesmo uma dor de estômago, que me pegou outro dia, deixo boiando no meio de uma latinha de cerveja. E quando menos percebo, lá estão todos os problemas sendo levados pela água, malta e cevada. É, e neste caso, literalmente levados pela água.

Assim, vou pra cama. Durmo e acordo pronto para mais uma maratona de azar, de pequenas coisas me atormentando no ouvido, querendo me assustar e vestindo uma máscara maior do que podem suportar, mas, por uma fração de segundo, lembro que a vida é recheada de pequenas coisas e que não farei dos minutos de sono uma pequena parcela do meu dia, já que, no final, posso escolher a cobertura.

LUA NO CÉU

Por JURA | 6/26/2010 08:13:00 PM em | comentários (1)


O primeiro homem que viu a lua no céu
O caminho que ela faz lá em cima.
Quem acendeu aquela luz?
Como acatou suas fases?
Suas aparições repentinas?
O primeiro homem que viu a lua no céu.

O SOM DA VIDA

Por W.G. | 6/26/2010 12:14:00 PM em , , | comentários (0)

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Novo cacho

Por W.G. | 6/26/2010 12:12:00 PM em , , | comentários (0)


MARÉ CHEIA

Por Unknown | 6/25/2010 12:50:00 PM em , , | comentários (0)

Cresci pescador, meu pai me ensinou assim, não é profissão. E, enquanto meus amigos ficavam impressionando as menininhas da escola e passavam o dia todo com os olhos grudados na tela do computador, eu navegava para o meio do mar com meu pai, ter contato com os animais, a natureza, e controlar meus medos. Ainda lembro quando contava as marés, contava as ondas e suas ressacas. Eu também contava as marcas na areia, que mudavam diariamente por conta do mar. Quanto dei por mim, estava pescando no meio da imensidão azul, sozinho, com a barba grisalha no rosto que um dia já foi de menino, e a vaga lembrança que levo comigo é a de meu pai me ensinando a fazer o que faço hoje: a pesca.

Nunca fui muito dado aos estudos. Enquanto meus amigos estavam na escola, eu estava no oceano tendo outras lições, aprendendo a língua dos peixes, a linguagem do das ondas. Mesmo assim, pedia para que meu filho fosse um homem diferente de mim, queria ser para ele o que meu pai foi para mim: um herói, por isso o incentivei a frequentar a escola, a estudar e fazer uma faculdade, a falar a língua dos homens, ser alguém na vida, mas sem esquecer de onde veio, de onde é a sua origem: do mar, porque além de ser a minha vida, também foi onde conheci a mãe dele. Nós dois éramos muito jovens, tínhamos apenas 11 anos de idade. Ainda lembro o dia em que a vi pela primeira vez como se tivesse sido ontem. Eu estava chegando à praia com meu pai, quando avistei uma garota correndo solta, de braços abertos, ao lado do irmão e do pai nas areias. Eu vi o seu olhar de lado, e também não tirei os olhos dela. Também vi os cabelos dela se fixando no meu olhar, enquanto navegavam no ar, banhados pela maresia e que, revoltados, não obedeciam aos seus caprichos. Depois desse dia, não a vi mais. Só voltei a reencontrá-la anos depois, quando contava com 19 anos. Achei que não se lembraria de mim, mas lembrou. Conversamos. Nos beijamos e, alguns meses depois, começamos a namorar. Seis anos mais tarde, casamos. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. O pescador e a princesa.


Além da minha esposa, no dia do meu casamento, meu pai foi marcante para mim, assim como foi até o seu último suspiro. Antes de abraçar a morte, chamou-me ao hospital. As lágrimas começaram a correr do meu rosto ao vê-lo na cama, entrevado, com olhos pregados no teto. Aposto que se imaginava no mar. Antes de fechar seus olhos para a eternidade disse que tinha muito orgulho de mim, que era para cuidar bem de minha mãe e de toda a nossa família, e para que eu conversasse todos os dias com o mar, e ainda afirmava: ele está lá, não deixe de falar com ele; agradeça-o sempre, agradeça-o... Não deu tempo de perguntar ele quem, e sai do leito aos prantos. O enterro foi do jeito como meu velho pai queria: ao mar, com as cinzas navegando nas espumas das ondas, sendo oferecidas para os peixes que sustentaram nossa família durante anos e anos.


Uma semana depois, peguei meu barco e o puxei para a beirada da praia. Olhei para o horizonte, respirei fundo, abaixei a cabeça e fugi para o mar. Fiquei o dia inteiro, e nada. Nem um peixinho, nenhum camarão. E assim se repetiram os dias, semanas após semanas. No final do mês, eu estava em alto mar, sendo empurrado pela maré, quando me lembrei de meu pai e de como seria diferente a pescaria se ele ainda estivesse comigo. Lembrei das nossas últimas palavras, que ressoavam em meus ouvidos como uma música de marinheiro. De repente, tive um estalo. Meus olhos pararam no horizonte, mas não estavam ali. Levantei, fechei meus olhos, inclinei a cabeça aos céus, levantei as mãos e comecei a rezar, agradecendo por tudo, mesmo sabendo que fazia semanas que voltava com as mãos vazias. Depois de alguns minutos, não aconteceu nada. Nenhuma imagem, nenhum cheiro, nenhum som. Olhei para todos os lados e não vi nenhum camarão saltando e muito menos algum peixinho rondando meu barquinho. Sentei decepcionado com as minhas orações e do milagre que esperava e que não veio. No final do dia, comecei a puxar as redes e percebi que algo estava diferente. Com muito esforço eu suava enquanto puxava a primeira rede e, com muita dificuldade, consegui enxergar os peixes e camarões que enchiam a minha rede de ponta a ponta. Ao terminar todo o trabalho e separar em baldes os peixes dos camarões, dei partida no motor e, virando o rosto para trás, pude ver a imagem de meu pai. Ele estava lá, olhando para mim, velando-me com um sorriso que demonstrava estar em algum lugar bom. Agradeci, continuei com a minha partida em direção à terra firme e despedi-me com um sorriso e uma aceno tímido.


Não tive dúvidas. Para mim, meu pai era a pessoa de quem ele tanto falou no dia de sua morte e, antes dele, seu pai, e assim por diante, como uma tradição seguida pela família, mas que não contou para não me assustar, por eu ser pequeno na época. Diferente de meu pai, contei a história ao meu filho, que estava distante de mim, mas que depois se aproximou e começou a pescar comigo, levando a pescaria a sério, como se cada vez que embrenhássemos o mar fosse a última. Quando meu filho completou 18 anos, ele embarcou no ônibus para a capital, enquanto eu estava aos prantos, para ingressar na faculdade que tanto procurou durante a adolescência e disse as seguintes palavras: pai, não se preocupe, sempre voltarei para poder pescar com você, porque pescar para mim é uma maneira de reencontrar o vovô, a minha família, você, a minha origem e também de reencontrar a mim mesmo.

POEMAGEM

Por W.G. | 6/25/2010 10:57:00 AM em , , | comentários (0)

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Breve poesia

Por mural do ajosan | 6/23/2010 07:19:00 PM em , | comentários (0)

Deliciosa poesia


que dos teus labios

se pronuncia


Acelerado coração

emoção da alma


-incendiada-


intensidade anunciada

Ecos e outros versos

Por JURA | 6/22/2010 06:33:00 PM em | comentários (0)



Obra dividida em duas partes, em que a primeira: Ecos, trabalha com a questão do preconceito Racial, assim como Oswald de Andrade em sua melhor fase antropofágica, brinca com a história do Brasil que o negro está inserido e acorrentado; A segunda, Outros versos, é composta de poemas variados, mas com qualidade ímpar, de uma sensibilidade invejável.

OBJETOS

Por Pedro Du Bois | 6/22/2010 12:29:00 PM em | comentários (0)

Traduzir os objetos
..................baratos em preços em preços
...................................
destacar
...................................o motivo
...................................e rearrumar
...................................o efeito: a vitrina
...................................expõe o todo.

(Pedro Du Bois, OS OBJETOS E AS COISAS, 1ª Parte, I)

Ferreira Gullar

Por Tonho França | 6/18/2010 11:43:00 PM em | comentários (0)


Guaratinguetá recebeu o poeta Ferreira Gullar, para um bate papo na Biblioteca Municipal.
Em breve postaremos o vídeo.

Algum Lugar Aonde Habita a Coisa Nenhuma.

Por Vitor Berigo | 6/16/2010 12:44:00 PM em | comentários (0)


Caminha pelos corredores de paredes brancas ouvindo os ecos de sua pulsação. Nenhum vestígio nas paredes, nenhum sinal. Nenhuma imagem, apenas vultos. Aproxima-se da porta. Entreaberta. Sobre o leito, no teto, em todos os lados, apenas a brancura triste, dolorosa.
Era algum lugar aonde habita nenhuma coisa, coisa alguma. O vazio pesado é um lugar. Respirara o infinito do invisível vento, como ela, o vento só quer procurar, procurar... Procura dentro das frestas da anatomia do seu corpo a força de algum sopro.
Contudo, deleita-se sobre o leito vestido de lençol branco e rasgado que conforta o seu corpo. O que a noite poderia lhe dar? Uma cachaça derramada ao lado e um imenso horizonte de cor branca, mirado no alto, parado, pelo teto, na sua reta. Os segundos escapavam das mãos dela. Agora, a lua fria e branca fugia pela janela... O vento levara tudo embora. Não me pergunte como, eu procuro quem passa e deixa a porta aberta.

VIVER

Por Pedro Du Bois | 6/15/2010 01:46:00 PM em | comentários (1)

O que mais
teríamos

bengala
óculos
dentaduras

sexo
nem pensar.

Dizemo-nos
vivos.

(Pedro Du Bois, DAS DISTÂNCIAS PERMANENTES)

Gauche desde pequeno

Por W.G. | 6/13/2010 09:42:00 PM em , , | comentários (1)


Poema para agosto

Por W.G. | 6/13/2010 09:40:00 PM em , , | comentários (2)


Mais um cacho

Por W.G. | 6/13/2010 09:37:00 PM em , , | comentários (2)


Latejar

Por mural do ajosan | 6/13/2010 06:26:00 PM em , | comentários (0)

Latejo dores
Incessantes
Pulsantes

Cesso pulsos
De dores

- incolores –

Que a vida me entregou.

Perdidos...

Por Tonho França | 6/09/2010 09:59:00 PM em | comentários (2)

Já tomei todas as chuvas,
Perdi-me entre ruas e estrelas,
Nas entrelinhas, nos avessos,
Fiz-me sempre por inteiro.
Já bebi tempestades,
Dancei nos corredores da vida,
Fui som e luz.
Sombras e cores.
Sei de cor muitas dores,
Outras curaram com o tempo.
Já não sinto medo de mim,
Vejo-me no espelho.
Sei que eles mentem
Aprendi a atravessá-los,
Sem acreditar em maravilhas,
Sei da minha estrada,
Das imperfeições, das cicatrizes,
Não me iludo mais,
Aprendi a atravessar o espelho,
E sei tudo que vi, que vivi,
A vida é muito mais pesada,
O céu não existe, mas caso acredite,
É longe, muito longe daqui.


Tonho França.

NÃO PERCA DIA 19 - O LIVRO ECOS E OUTROS VERSOS

Por Tonho França | 6/09/2010 08:45:00 PM em | comentários (0)

Neste livro de estreia, entre outros versos denunciantes, encontraremos estes: “Quando a cor da pele repele / Instaura-se o impasse, / O nó indesatável do preconceito”. A poesia que incomoda é a mesma que mais adiante nos encanta: “Coração é folha seca, / pena de passarinho à deriva, / quem traça o caminho é o sopro do vento.” Há, ainda, nestas páginas, poemas que nos lembram os concretistas, feitos de versos que se desenham em forma e conteúdo (vide, por exemplo, os poemas Crepúsculo de Guaratinguetá e Metrópole Concreta). Somam-se a esses, as belas construções poéticas e alguns deliciosos jogos de palavras (no desfecho de um poema “quem disse” soa-nos, oportunamente, como “crendice”). Versos ricos em sutilezas semânticas, que colaboram para uma leitura ao mesmo tempo instigante, envolvente e inquietante. Há outras facetas, leitor, outras qualidades na poesia de Eryck Magalhães. Não perca tempo: descubra-as.

Wilson Gorj

Vértice

Uns dizem orixá, outros santo
uns dizem catolicismo, outros candomblé
uns a chamam de Iemanjá, há quem a chame de Maria
uma dizem que é religião, a outra crendice
mas quem disse?

Eryck Magalhães

Da aprovação

Por Vitor Berigo | 6/08/2010 01:26:00 PM em | comentários (0)

-Eu me conheço.
-Eu também te conheço!
-Ah é?! e quem sou eu?

CONVITE - DIA 19 DE JUNHO - NÃO PERCAM

Por Tonho França | 6/08/2010 11:29:00 AM em | comentários (0)


O Selo Vale em Poesia tem a honra de convidá-los para o lançamento do livro
"Ecos e outros Versos" do poeta Eryck Magalhães.

"Além do Recreio"

Por Vitor Berigo | 6/07/2010 03:38:00 PM em | comentários (1)

Entre o sonho azul alto fugindo pela janela de grade e o chão que criava raizes nos meus pés, a professora escrevia na lousa com giz colorido o dever de casa: Desenho livre.

NOS CÉUS AS NUVENS

Por Pedro Du Bois | 6/07/2010 02:11:00 PM em | comentários (1)

Nos céus nuvens carregadas aos ventos
acorrentados em passagens conhecidas
de pássaros que voam alto junto
aos azuis e cores que nos escondem
a verdade: não há mensagem e ventos
cumprem vontades involuntárias
pelo giro do planeta Só aqueles
pássaros sabem os caminhos
entre espaços e flutuam na imensidão
com que os olhamos da terra
de onde perseguimos o encontro
em naves rígidas de programações
primárias Somos sós no vazio mostrado
e longe estivermos estaremos perto
do permitido aos corpos em carapaças
que prendem e embalam nossos gestos

Longo caminho percorrido em pássaros
que do alto localizam a presa e descem
como gostaríamos de subir ao encontro.

(Pedro Du Bois, O NASCER DOS ARES E DOS PÁSSAROS, Vol. II, 36)

Terra

Por JURA | 6/07/2010 10:20:00 AM em | comentários (1)

Ferir a terra
esperar sua sangria
seus instintos e desejos.
Semear, só colher
sua boa vontade
seu bom fruto
e desejo.

Silêncio

Por mural do ajosan | 6/07/2010 09:14:00 AM em , | comentários (0)

Às vezes
dentro
meu quarto escuro
 - sem muros -

Pareço ouvir
vozes.

Mas pouco importa
Não as quero ouvir mesmo.

Saudade

Por W.G. | 6/05/2010 12:04:00 PM em , , | comentários (1)


A MOÇA

Por Tonho França | 6/04/2010 10:18:00 PM em | comentários (2)

Tinha os olhos e cabelos formados por feixes de águas negras e profundas
A pele morena e lisa em tom de terra secular e misteriosa
Lábios finos e doces como o sumo dos morangos
Sua voz era a mesma das deusas e das prostitutas de todos os tempos
E guiava o vôo dos pássaros e o rumo do sol
O vestido de neve rendado por pedras e ervas
cobria o corpo bordado em fios de ouro e pérolas
Era a moça de Santa Cruz de La Sierra
Era a moça de Santa Cruz
Na mão direita estampada a face de vários mortos
E na outra um cajado de lua e estrela
Os seios erguidos apontavam o céu
E amamentavam pequenos anjos que nasciam nas noites de inverno
Os pés descalços pisavam o tempo e as promessas
Suas lágrimas banhavam os vales em trigo e vinho
E era do seu sopro que nasciam os sonhos
Por todos os dias e noites num tecer que não se encerra
Era a moça de santa cruz de La sierra
Era a moça de santa cruz
Era a santa
Ela a cruz

Tonho França

GORJEIOS

Por W.G. | 6/04/2010 11:37:00 AM em , , | comentários (1)

lowcura

Por valéria tarelho | 6/04/2010 08:47:00 AM em , | comentários (0)

[valéria tarelho]


imagem: The Scream (black & white) - Edvard Munch

amores platônicos
quereres utópicos
tumores malígnos
viroses atípicas

testes tsunamis tremores
:
a Terra dando o troco
na base do olho por olho
- e humor negro mode on -

estamos em transe
entre o tatibitati
o terror atômico
o pandemônio

satélites sondam
a rotina das formigas
e há agentes no amálgama
da [podre] boca da noite

- daí a fuga
para não sei onde-

tocs vem
tiques vão
truques variam
conforme o chip
enxertado no chope do dia

poesia é choque
prosa é chilique

o mundo fica mudo
quando a mente
não dá tilti

veja
[mais próximo da lente que aumenta
o pé da letra]
:
há um psicotrópico ultravioleta
no menu de ofertas

rimas brancas
rosas negras
riso tatuado de cor pimenta

para a[r] dor de cabeça
líricas demãos
do velho verniz
que adoça ideias suicidas

psiu, ouça
:
todos os cachorros
são azuis

e plutão, coração
não é mais planeta

- disse uma voz -



*lowcura: blog do poeta, jornalista e músico Rodrigo de Souza Leão, que foi ali em Marte fazer [mais] arte e a quem dedico este poema [a]tentado: um grito misto de febre de realidade com surto de ficcionismo.

**Rodrigo, um cara do balacobaco, também escrevia para o site Escritoras Suicidas sob o pseudônimo Romina Conti .

ARMAZÉM DAS PALAVRAS

Por Pedro Du Bois | 6/03/2010 08:31:00 PM em | comentários (0)

Vocês que passam a vida trilhando caminhos certos
foram enganados desde o início:
do batismo à constituição da família
dos estudos ao serviço militar
do primeiro emprego ao cargo de chefia
: em tudo e em todas as ruas.

Vocês que a vida toda tentam evitar caminhos certos
foram ludibriados:
da primeira ofensa à prisão
da primeira droga ao porão
do roubo enquanto criança ao assalto aos acionistas
da traição à dissolução da família.

Não há caminho certo ou errado:
somos úteis e utilitários aos poderes
marginalizados: da margem
voltamos em glórias mundanas
e dela caímos no abismo
: servimos de qualquer maneira
de uma ou de outra forma.

Não existe estrada rua beco ou viela
por onde possamos seguir iluminados
ou que devamos evitar posto ser treva.

Somos sozinhos e imóveis
plantados sobre a terra.

(Pedro Du Bois, ARMAZÉM DAS PALAVRAS)

Convite para o lançamento de "Ecos e outros versos"

Por Eryck Magalhães | 6/02/2010 04:03:00 PM em | comentários (0)

Espaço

Por mural do ajosan | 6/01/2010 08:49:00 PM em | comentários (2)

Há no céu

Um sol silencioso

Há no silêncio
Um sol de céu

- réu-confesso –

Há no sol
Um silêncio de réu

- céu disperso -

PRÊMIO CAMÕES 2010

Por Tonho França | 6/01/2010 03:04:00 PM em | comentários (2)







O poeta e dramaturgo brasileiro Ferreira Gullar (1930) é o vencedor do Prémio Camões 2010. Este é o prémio de maior prestígio de língua portuguesa.Ferreira Gullar é o escritor premiado que se segue ao cabo-verdiano Arménio Vieira e, nos anos anteriores, ao brasileiro João Ubaldo Ribeiro (2008) e ao português António Lobo Antunes (2007). Ferreira Gullar é o nono brasileiro a ganhar o Prémio Camões, depois de João Cabral de Mello Neto, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, António Cândido, Autran Dourado, Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles e João Ubaldo Ribeiro. Pseudónimo de José Ribamar Ferreira, Ferreira Gullar é poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, argumentista de teatro e de televisão e ensaísta. Em 1949, publicou o seu primeiro livro, "Um pouco acima do chão". Integrou vários movimentos literários e artísticos, tendo sido nomeado, em 1961, Director da Fundação Cultural de Brasília, onde elaborou o projecto do Museu de Arte Popular. Esteve no exílio (Moscovo, Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires), de 1971 a 1977. Ferreira Gullar já foi agraciado com vários prémios, entre os quais o Prémio Jabuti (em 1999 e em 2007), o Prémio Alphonsus de Guimarães, bem como o prémio Multicultural 2000, do jornal "O Estado de São Paulo". Em 2002, por indicação de nove académicos dos EUA, de Portugal e do Brasil, foi indicado para o Prémio Nobel de Literatura. Em Portugal, a sua obra está publicada pelas Quasi Edições.O júri, presidido por Helena Buescu, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi composto por José Carlos Seabra Pereira, professor associado da Universidade de Coimbra, Inocência Mata, professora santomense de Literaturas Africanas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e professora convidada em várias universidades brasileiras e norte-americanas, Luís Carlos Patraquim, escritor e jornalista moçambicano, António Carlos Secchin, escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ainda a escritora brasileira Edla van Steen.O prêmio Camões, instituído em 1988 pelos governos de Portugal e do Brasil, tem como objetivo principal destacar anualmente um escritor de língua portuguesa que tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural em português. A premiação tem ainda como finalidade estreitar e desenvolver os laços culturais entre toda a comunidade lusófona. O valor do prêmio é de 100 mil euros (cerca de R$ 222 mil).

DICAS DE LEITURA

Por Tonho França | 6/01/2010 11:07:00 AM em | comentários (0)

Confira o novo livro de Paulo Franco - "A Quarta Parede"
adquira o seu, autografado pelo autor - e-mail para poetapaulofranco@terra.com.br


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