Em nosso tempo...

Por Diniz.DL | 10/15/2010 09:23:00 AM em , , |

Eu não rezo. Costumo conversar muito comigo mesmo, com as plantas e com os animais (inclusive os humanos), mas não sou panteísta - penso eu. Muito me interessa conhecer as crenças das pessoas e aprender um pouco mais sobre as várias denominações religiosas que existem. Mas não me interessa tanto saber se fulana ou sicrano comungaram na missa de domingo antes de continuar a campanha "em favor da vida, da família e da liberdade".
O discurso dos candidatos assumiu um tom absurdamente reacionário, em diversas ocasiões, e as lideranças religiosas buscam compromissos de candidatos na manutenção daquilo que eles acreditam ser o correto - a tal "Verdade" (letra maiúscula e embasado nalgum livro sagrado sem revisão editorial há quase dois mil anos).
Temas como união de pessoas do mesmo sexo, legalização de drogas, liberdade de expressão e religiosa e o aborto são de grande relevância no âmbito religioso e as opiniões das pessoas que representam a parcela temente a algum deus podem e devem ser manifestas e levadas em consideração. O que não se pode admitir é a hipocrisia de se buscar uma aproximação com ditas facções religiosas (a nomenclatura diz somente com as cisões dentro das crenças, não fazendo alusão a movimentos terroristas ou criminosos), ainda mais quando se percebe nisso um interesse eleitoreiro.
Programas de partido e de governo foram reescritos, discursos no horário eleitoral quase ganham tom de pregação e são enaltecidos valores que até pouco tempo não teriam tanta relevância.
A discussão daqueles temas listados acima não é monopólio da fé e o Estado não pode assimilar tal perspectiva. Há que se possibilitar a abertura do debate e considerar o que toda a população anseia. No caso que considero menos polêmico, a união civil de pessoas do mesmo sexo, não vislumbro qualquer impecilho à inovação legal. A lei brasileira pode normatizar tal união, especialmente a fim de resguardar os direitos dos conviventes e, talvez, até mesmo possibilitar a adoção e regulamentar a guarda da criança, sem que seja afetado o Direito Canônico - a lei brasileira não poderá, assim, forçar a Igreja a casar pessoas do mesmo sexo... e fica cada um na sua.
Poderia ainda ser o caso de ouvir o que a população tem a dizer, convocando referendos ou plebiscitos e determinando, de forma patente, o que demanda a maioria da população em temas mais polêmicos como a legalização de drogas ou o aborto.
No fim das contas, cabe ao eleitor depositar sua fé nalgum dos candidatos e esperar que eles sejam caridosos o bastante com o povo brasileiro e realizem um governo verdadeiramente bom. Graças a Deus.

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