A parede e suas vozes presas

Por Tonho França | 11/10/2010 06:22:00 PM em |

A parede e suas vozes presas



Meus olhos em musgos e saudade

A pele em poros de luz e som

E essa mão antiga e fatigada

É herança de minha alma

Moldada em um barro antigo

Viscoso, poroso, aromatizado

Com a brisa do sopro de vida



Houve um tempo que os barros moldavam as almas

As casas, as tabernas, os pássaros, os céus, além dos céus



Houve um tempo, que a vida era gerada pela própria vida

No âmago do barro



E todo o mais, deriva-se daí

o oceano e os frutos, os anjos,as constelações

os deuses, as flores, o amor, as conchas, as sereias

as fadas e a lendas, as dores, a saudade

o amor e as distâncias

a musica e o vento

as palavras e os versos



algumas noites, pouso meus ouvidos na taipa

E poeta secular que sou, ouço a respiração do barro

As vozes das paredes vivas

E todas as histórias cavalgam em imagens

-The wall and its closed voices-


eu ouço, eu posso ouvir


Tonho França

2 comentários:

  1. mural do ajosan on 15 de novembro de 2010 às 23:12

    Ê, Tonho, seus poemas são riquíssimos! adoro lê-los. Parabéns, amigo.

     
  2. JURA on 18 de novembro de 2010 às 17:50

    que orgulho de ser chamado de poeta, quando estou de seu lado.

     


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