uma tristeza, uma quietude
um ensimesmamento
sem efeito
pausa
sem causa.
agora terei tempo de me esconder e chorar sozinho no meu canto
terei tempo de ouvir aqueles pássaros, saborear aquela letra
cochilarei enquanto sentir cheiro de café
terei tempo de reclamar do tempo.
convite de lançamento do espaço dos escritores
Por Fabiano Fernandes Garcez | 12/17/2010 09:49:00 AM em Fabiano Fernandes Garcez, Poesia, Poesias, São Paulo, versos | comentários (0)
Quando olha o espaço
sabe da vertigem
nas músicas
em tom menor
dança sobre o nada
e a orquestra em cordas
o sustenta
a maciez da voz
o embala no gravador
o espaço permanece
na ocupação do corpo
ao término da música
o silêncio parte o vazio
onde se cala o corpo
sustenido.
(Pedro Du Bois, A RECRIAÇÃO DA MÁGICA, III, Edição do Autor)
Confuso espírito
atropeladas ideias
sensação de perda
infinita
configuro o espírito
idealizo ideias: sensação
de infinita perda
extremada mãe
insubstituível pai: infinita
perda insensata.
(Pedro Du Bois, LIVRO DO NADA, Edição do Autor)
subjetivo
Por valéria tarelho | 12/12/2010 10:12:00 AM em Poesia, São José dos Campos, Valéria Tarelho | comentários (2)
vale vasto
vago vácuo
onde verso
viro vivo
são josé
dos campos
que versejo
- invisível -
invisto
invento
invalido
o prefixo
:
visto
vento
vale [nave]
me leva
que eu voo
valéria tarelho
Geração de luzes apagadas
escuros palcos periféricos
som
movimento
corpos
esperados gestos inacabados
não há amor entretanto
acredita no começo
e nas luzes enquanto acesas.
(Pedro Du Bois, A LUZ DESPOSSUÍDA, Ed. do Autor)
Paixão é quando os corações são imãs um do outro.
Com o beijo dos olhos,
o poema despertou.
Declamei-o.
Seus versos espreguiçaram.
No último bocejo,
a poesia voou.
trago inoculada a peçonha
oposta forma de desprezo
fechando auroras em vésperas
inodoras dos corpos
exangues
opostos ao desejo
inventado em infâncias
de brincadeiras: sustos
tombos
irresponsabilidade
(muitos caminhos se fecham às costas
dos que voltam).
(Pedro Du Bois, APRENDENDO A VOLTAR, VI, Ed. do Autor)
Já foste hoje ao seu quintal?
Já viste os pássaros que encantam suas árvores
E se nutrem dos pequenos insetos
Que se abastecem do que é chão e alto?
Já deixaste entrar aquela réstia que vem dele
E aquela brisa com cheiro de verde?
Já pisaste na terra e sentiste os pés se acomodando
em suas origens?