Pariu. Lindo bebê cheirando a sangue fresco, perfeito em todas as suas partes, a vida em sua plenitude. Para ela, o lindo bebê era apenas a extensão de um falo sem nome que, contra a sua vontade, penetrou-a com ímpetos de violência em uma noite sem lua, sem estrelas e sem amor.
Olhava para a criança mas não via criança, via apenas uma bola de fogo, a mesma que sentiu sair de dentro de si. O que restava do falo, finalmente fora do seu corpo. Deixou-o ali, no mato. Houvesse anjo da guarda, a história teria um final feliz.
Abro caminho
(no descaminho aconteço
antes que a noite
caia)
quedas reescrevem
trajetórias: o caminho
aberto significa
estar aqui
agora
(acredito na trajetória
e me distraio em paisagens).
(Pedro Du Bois, inédito)
iv
Da beleza
de que fala
o artista: esboça
desenha
traça
recorta
esculpe
dá polimento
à pedra.
(a mulher no detalhe
visto pelo artista: o olho
treinado
enxerga)
Presentes
concordamos: não
se questiona o mistério.
(Pedro Du Bois, sobre João Bez Batti)
Tenho por ofício
ofídio: a marca da serpente
reconduz o ofício
ao fim - primeiro
retenho do ofício a finalidade
e a mantenho ativa: escuto
o sibilar no adormecimento
entorpecimento
cansaço
a víbora disposta ao sacrifício
embota o mistério: no ofício
acolhe o fim - último.
(Pedro Du Bois, inédito)
RELANÇAMENTO DO LIVRO ROUPAGEM LEVE-DO POETA NESTOR LAMPROS
Por Nestor Lampros | 12/10/2012 12:23:00 AM em | comentários (0)
O novo livro de poemas do poeta e artista plástico, Nestor Lampros, Roupagem Leve, será relançado em Atibaia, dia 15 de dezembro de 2012(sábado), no Centro de Convenções, Victor Brecheret, às 16:00H. Tem o projeto gráfico do designer, Vinicius Berton.
O Roupagem Leve tem cinco secções, cada uma compondo um universo particular é nitidamente influenciado pela cidade de Atibaia e por poetas caros ao poeta Lampros, como C.Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Murilo Mendes e Haroldo de Campos; além de figuras notórias da literatura universal, como Kafka, Paul Cellan, Rilke, os escritores Surrealistas, entre outros.
É preciso dizer que o autor é artista plástico, por isso de uma imagética fundada em imagens de quadros e pintores relacionados aos estilos por Lampros. As ilustrações do miolo são do autor.
-Esperamos os amigos do Vale em Versos no lançamento do livro Roupagem Leve!
Até lá!
Despetalava a flor em busca de um bem-me-quer. Sua dor só não era maior do que a da própria flor que tinha, uma a uma, as pétalas arrancadas.
Entre galhos
diviso o pássaro
que me olha
em irreconhecível
gesto: grita
suas penas
e voa
ao outro galho
preso ao chão
observo no voo
a leveza do corpo
no grito
o reconhecimento:
não me olha
indizível ser
preso ao contato.
(Pedro Du Bois, inédito)
uma nova forma de viver
uma nova forma de achar as coisas
de achar as pessoas
e de se achar.
uma nova forma de fazer
uma nova forma de estar as coisas
de estar as pessoas
e de se estar.
uma nova forma de ser
uma nova forma de olhar as coisas
de olhar as pessoas
e de se olhar.
Feitos na indelicadeza do gesto
em razões de desencontros
aceno ao espaço
não preenchido
das promessas
a água morro abaixo
leva terra
galhos
folhas
(a sujeira indelével)
na diversidade guardo
o meio dia
a tarde sucessiva
na maneira carinhosa
com que me despeço
a terra acomodada em novas camadas
esconde a passagem anterior dos passos.
(Pedro Du Bois, inédito)
A água do lago
entre árvores não reflete
o ocaso do lodo
ao fundo
- imprime no pingo da chuva
o centro concêntrico
da queda -
o pássaro entre árvores
trina em meus ouvidos
(a voz da criança no apartamento
grita a sucessiva contade
da liberdade)
a chuva altera a superfície
e o lago calado em trinados
e gritos
afoga a profundeza.
(Pedro Du Bois, inédito)
Oferto e o deus a rejeita
e a devolve: quer o sacrifício futuro
embutido em apagadas frases
desenhadas em portas
de garagens
tenho outra maneira
sincera para as ofertas: a surpresa
como me ofereço
em vida consumida
ao nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
Fica no consumir da hora:
o crepúsculo oculta o dia
o reverso ensandece a morte
e refaz o líquido enregelado.
Cultiva a terra em secas
debate a estrada em trechos
impede a revoada dos pássaros
por onde atravessa.
Acolhe a luz em raios
aguarda a escuridão em ondas
imaginárias de mares em movimento.
Coleciona o valor do brilho
no desdizer da farsa
no engalanar a festa
com que o tempo se alimenta.
Reconhece no canto a trava
realinha a família na crise
e no debate com que se avivam
memórias de sobrevivências.
(Pedro Du Bois, inédito)
Pequeno retângulo
que se abre feito porta
e nos transporta.
No discurso do profeta
apregoado eletronicamente
determino a pena
justa
ajustada
do que deve purgar
na vida
desligo o som
e me divirto
com sua mímica.
(Pedro Du Bois, inédito)
Quando sentires no peito
amor por alguém,
e junto com esse sentimento
o desejo de expressá-lo,
seja através de gestos
ou palavras,
não hesites
não deixes
que qualquer outro sentimento reles
iniba a manifestação do amor.
Aquele a quem amas
merece ouvir de tua boca
a frase das frases:
"eu te amo",
pois é a existência desta pessoa
que fez nascer em ti
o nobre sentimento.
Não sejas egoísta,
ao ponto de guardar o amor
só para ti,
deixa-o transbordar,
inundar o outro
não deixes para amanhã de manhã
não deixes para depois,
pois o amor é o instante
e tu, uma ínfima fagulha
da fogueira do universo
que o menor dos sopros
pode apagar.
Vento que se preze não passava por ela sem se render as suas sinuosas curvas.
São como objetos distantes
em movimento
nunca se sabe
se elas vem em nossa direção,
ou não.
BREVE APONTAMENTO SOBRE O (MEU) EQUILÍBRIO
Por Pedro Du Bois | 10/19/2012 10:11:00 AM em | comentários (0)
Trabalho como alpinista. Desdobro
penhascos e me faço tempestade
e neve. Complico escaladas
e despenco abismos. Sou república
e reinado: rei e vassalo. Plebeu
ensinado nos riscos da planície.
Escuto o instante abordável
das vozes ecoando pedras.
(Pedro Du Bois, BREVIDADES, 31; Editora Projeto Passo Fundo, 2012)
Deu um tiro na cabeça. A presença e a onisciência de Deus levaram-no a cometer o ato atroz. Queria estar plenamente a sós.
Pela lateral
espio além
não adianto minha visão
ao desconhecer
na lateralidade
adianto a visão
ao centro
(espaços esvaziados
são permitidos ao centro).
(Pedro Du Bois, inédito)
Eu me abandonei ali, naquele momento.
Não posso fazer nada
não faço nada
nada
enquanto da morte
não retornar o corpo
decomposto
e recomposto:
recuperar os olhos e olhar
recuperar o tato e tatear
recuperar o olfato e cheirar
recuperar a fala e dizer
sobre onde esteve
o tempo desnecessário
da sua morte
então poderei recuperar o gosto
e gostar.
(Pedro Du Bois, inédito)
A folha arrancada do caderno
se destina ao barco
na água da sarjeta
pode ser maior o barco
e levar o corpo
a encalhar na sujeira
do meio-fio
o barco completa a viagem
na interrupção da jornada
desembarco e no caderno
escrevo as impressões
do trajeto.
(Pedro Du Bois, inédito)
Aguarda o resultado
seus deuses absortos
deixam passar a oportunidade
adquire outro bilhete
novo tíquete
cartela
a ideia do sofrimento
e abandono o consola.
(Pedro Du Bois, inédito)
como quebrar um verso
duro, como tirar
dele o que flui.
como tratar a
palavra obscura
fazer dela o que surge.
Penso o instrumento
e o empunho
em sonhos
(retiro o limo
do azedo cortejo
e o adocicado
dos cometas)
o sonho permite a interação
dos escombros
o instrumento reforça
em posicionamentos
o toque dos acordes
acordo ciente do descaso
com que minha voz
despreza o canto
no acompanhamento
do instrumento.
(Pedro Du Bois, inédito)
Um dia terminarei
tudo isso
olhos baixos
mãos sobre o corpo
pés inquietos
o dia se fará vazio
e o corpo cessará
os movimentos
tudo isso
fará sentido.
(Pedro Du Bois, inédito)
minha dor é fingida
poesia tingida
dessa cor.
Tenho medos coniventes
com minha idade e os defendo
em linhas imaginárias
lembranças
saudades
autoridade
a mesquinhez cerca o instante
e faz mais uma baixa
acrescento outro medo:
mantenho a idade.
(Pedro Du Bois, inédito)
Adão havia comido todas as maçãs. Olhou para a Eva. Em seu rosto, duas maçãs. Comeu-as.
Fossem as pegadas
bípedes
deixadas em terras
ressecadas
(voltar ao ponto
onde se perde
o contato e perguntar
ao tempo: o trajeto
decomposto desorienta
o retrocesso)
os passos apagam
a estrada e a transformam
na fuga inerente
bípedes espalhados
se reencontram
em terras diferentes.
(Pedro Du Bois, inédito)
Por JURA | 8/14/2012 06:58:00 PM em | comentários (0)
Aguarda a oportunidade
(o oportunista se guarda
em tempos)
e se faz notar
pela chegada
(o oportunista se faz notar)
amistosa
(o oportunista sorri a sua chegada)
pode não se apresentar
passando pela rua
e nem chegar até a porta
(o portunista não se acompanha
em seu trajeto).
(Pedro Du Bois, inédito)
Nenhum trabalho
supre em utilidade
nossas vidas: salvam vidas
matam vidas
mantém vidas
a criação sucedida
ao medo onde razões
consubstanciam sobrevivências
sobreviver implica
em utilitarismo
a vida se ocupa
em outros gestos.
(Pedro Du Bois, inédito)
Por Unknown | 7/29/2012 05:00:00 PM em | comentários (0)
Da orla assiste
o passageiro do barco
vomitar sobre a amurada
na passagem
o passageiro enjoado
assiste sobre a orla
a pessoa estática
a terra permanece
como paragem.
(Pedro Du Bois, inédito)
Somos dois e somos mais:
Café com carinho cedinho antes da cama acordar;
Um caminho lado a lado de mãos abraçadas;
Ouvidos, olhos e disposição um para o outro;
Dia abandonado pra se lançar na noite da paixão.
Somos dois e somos mais:
O moço que espera pendurado na janela;
A moça que corre e se atrapalha com a tramela;
A tormenta de saber do outro na demora;
A lagoa tranquila do reencontro.
Somos dois e somos mais:
A vida aparentada diariamente;
A amizade espalhada de repente;
O amor espelhado no presente;
A lida apresentada quando ausente.
Somos dois e somos mais:
A vontade de estarmos juntos à beira-mar;
O afago depois de um dia difícil;
O sorriso no meio do assunto inusitado;
A bronca depois de um fora imperdoável.
Somos dois e somos mais:
Aquele papo magoado que tenta curar a ferida;
Aquela tristeza da incompreensão imensa de solidão;
Aquela tempo de ficar em outra já que não há o outro;
Aquele dia sem amar que não passou de um dia sem viver.
Pouco lhe agradavam as entrevistas. As perguntas eram inúmeras, e as respostas, exíguas.
"A maior distância entre dois pontos"
Por Unknown | 7/22/2012 09:17:00 AM em Alexandre Cimatti | comentários (0)
E a distância foi se aproximando...
E não havia mais bom dia;
Quase não se ouvia um boa noite;
A companhia que nos servia de ponte
Entre o deserto-solidão e a solidão deserta de cada um
Se desgastara.
E o pão era pão( já havia sido corpo)
E o grão era grão( já havia sido oferta)
E o plano era plano( já havia sido sonho)
E a grana era grana(já havia sido providência)
Somaram-se as subtrações:
Divididos, multiplicaram-se as distâncias.
Não se agia;
Não se lamentava;
Não se dizia:
Apenas se esperava
(Não se sabia) a maior distância entres dois pontos.
E, não de repente,
de-sa-pro-xi - m a - m - o - s.
(cimatti)
Prazeres, nesta terra, existem muitos:
O prazer da carne;
O prazer em conhecer;
O lazer; o fazer acontecer;
O prazer do trago;
O prazer que traz;
O prazer que trai;
O prazer que atrai...
Existe até o prazer no desprazer:
Próprio ou alheio.
Há prazer no feito e no desfeito;
No coito e no biscoito;
No conto e no desconto;
No trato e no retrato...
Mas; se houver prazer
Em todos os casos e acasos,
Em todas as coisas,
Gentes e jeitos;
Não haverá prazer que se iguale ao da
INTIMIDADE.
(sobre a distância nada diz
prefere falar da permanência)
ao redor do corpo giram
espaços: a escuridão
na especificidade da contagem
em que lembranças traduzem
espontâneos ensinamentos
o corpo se agita em cárceres
e faz sua fortaleza menor
em acontecimentos e artes
(sobre a distância percebida diz
do azar em permanecer estático)
(Pedro Du Bois, inédito)
Do medo
original
retiro o tédio
adquirido
teço minha trama
urdo minha sina
ardo minha figueira
urro minha ida
terço minha arma
traço minha vida
no tédio adquirido
refaço o medo
inicial.
(Pedro Du Bois, inédito)
atravesso o espaço
- distância permitida
avesso ao trajeto
- preço percebido
avanço sobre a cratera
- queda percebida
refaço o gesto
- tanto concebido
acesso o corpo
- corpo possuído
(Pedro Du Bois, inédito)
um acorde que
me acorde pro
mais belo som
mais dissonante harmonia
um acorde preciso
preciso acorde que me
corte, acorde da
harmonia dissonante
mais preciso.
sei de tudo de nada
nada que possa fazer
fazer que a sina
sina de que a cisma
cisma, cisão, ruptura
ruptura de tudo
tudo nada que sei.
Dispenso a ajuda
(na leitura da seca
palavra revisitada)
- sobre a mesa repousa
o poeta ancestral
em humores anteriores
à seriedade do momento.
(Pedro Du Bois, inédito)
O último verso
definitivo
- no olhar sobreposto
à página
em branco.
A vontade ultrapassa
a hora
em branco: tóxico
remédio sufoca
a dora.
Em branco a ideia
- estapafúrdia -
inicia o verso.
(Pedro Du Bois, inédito)
Por JURA | 6/18/2012 05:39:00 PM em | comentários (1)
A espera, os desvios de percurso, as refeições em horários desencontrados, os sonos intranquilos, os acordares sonâmbulos. O amor tranquilo e maduro que espera. A espera, os desvios de...
Por JURA | 6/17/2012 09:27:00 PM em | comentários (0)
Não me arremeto ao escopo, sou corpo
e talvez alma: dupla insuspeita
com que armas se debatem
em retirada:
todo avanço predispõe
a certeza da derrota
da vitória podem
dizer os pósteros
e os literatos.
(Pedro Du Bois, inédito)
Por JURA | 6/12/2012 09:47:00 AM em | comentários (0)
clarinete
notas de angústia
melancolia
em falsete.
Vejo seu coração condoído
em minha dor
adormeço
e sonho recomeços
(pintura critpográfica
do envenenamento).
(Pedro Du Bois, inédito)
Queria parar de escrever,
construir minha obra
em torno do silêncio,
mas as palavras
são formigas insaciáveis:
de migalha em migalha
carregam meu silêncio
para fora de mim;
faz-se matéria-prima
e alimento
para o que
escrevo.
Admito que perdi.
Sim, Pablo, admito que perdi:
a mão,
o jeito,
o metro,
me perdi em meu leito;
enquanto sonhava,
alguém me realizava.
E o amor, de tão real, se mostrou
bruto,
concreto,
inflexível,
incapaz.
Sim, Pablo, admito que perdi:
a conta,
o fio,
a meada;
o meio
pra votar a ter um jeito.
E meu leito, onde mergulho perfeito,
continua cheio de sonhos.
entre galhos
diviso o pássaro
que me olha
no irreconhecível
gesto: grita
suas penas
e voa
ao outro
galho
preso ao chão
observo no voo
a leveza do corpo
no grito
o reconhecimento
(ele) não me olha
- indivisível ser
preso ao contato.
(Pedro Du Bois, inédito)
Volto ao estado inicial:
antes da metamorfose
na transição do contrário.
A simpatia em carta simples:
o selo indica
no carimbo
a data da remessa
amanheço em cada consequência
e danço: sim, minha amada,
danço minha renovação:
- o zero
- o infinito
- o número mediano
na estatística
volto ao estado inaugural: tenho
a metamorfose disposta ao novamente.
(Pedro Du Bois, inédito)
peço para apagarem as luzes
prefiro o escuro pano sobreposto
peço respostas: sou perguntas
peço misericórdia: sou
a acusação imprecisa
ter chegado não alivia a carga
trazida nas costas lanhadas
em atravessado trajeto de retorno
peço para dizerem seus nomes
são o silêncio: sinto suas mãos
sobre meu corpo erguido alçado
sustentado: sou transportado
ao lugar de origem: grades
fechadas em portas entreabertas
onde me instalo.
(Pedro Du Bois, A CASA DAS GAIOLAS, XXX, revisto, 2a. Edição, 2005, Ed. do Autor)
A oposição permite a visualização dos lados
comprometidos ao objeto. Bendigo o nome
acolhido em resposta e me defronto
com a maldição do nome pronunciado.
(Lembro histórias de moedas,
luzes e animais selvagens).
Domestico o nome benfazejo
e o oportunizo ao relento.
A maldição se instala
junto à porta.
Onde esmaece.
(Pedro Du Bois, A PALAVRA DO NOME, XIV, I, revisto, Edição do Autor, 2008)
sou meio meu pai
meia idade dele
meia vida dele
sou meio espelho dele
reflexo torto, enviesado
sou meio o que ele trouxe
sou meu pai
vida dele
espelho dele.
Diante do espelho / fecho os olhos // a imagem sorri / do medo / de me ver / aberto ao contato. (Pedro Du Bois, inédito)
Por Unknown | 4/28/2012 03:00:00 PM em Alexandre Cimatti | comentários (0)
Como nossos avós
aprendidos em seus pais
como hoje
na modernidade
da repetição
dos dogmas
saímos de casa
e ao relento
o rebento
chora
a perda.
(Pedro Du Bois, inédito)