Se de tudo
faço pedaço
no fragmento
busco a totalidade
(impregnada)
no curto espaço
no mínimo compasso
na pouca paixão
na rala condição
o sentimento agrupa
agregado grupo
segregado corpo
(totalizado)
mais vale a parte
mas vale o nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
Provoco a tempestade
em que os afogados
surgem entre sereias
(devolvem os corpos
que nos são roubados)
a tempestade amaina
em corpos ressurrectos
sereias sorridentes
pedem outras tormentas
pego os corpos
restituídos em vida
e não escuto a súplica
das sereias.
(Pedro Du Bois, inédito)
Por todos que se mostram
prontos ao embate
com armas em riste
o olhar triste conhece a sina
dos que avançam sem sentido: cobiça.
A cobiça líquida e certa ceifa sentimentos
de envolvidos estrategistas generais de plantão.
Teletransmissores psicólogos e religiosos
dão moral à tropa esfalfada em gritos
que escondem o medo e a morte.
Pernanece a pergunta e a dúvida na chuva
miúda que cai sobre a cidade molhada
em água e sangue de escorridos corpos.
Apenas os soldados na ruas
destruídas
nos prédios
bombardeados
em ódio destilado: por quem estão ali?
(Pedro Du Bois, inédito)
Por Cláudio Costa | 3/14/2013 10:44:00 PM em | comentários (0)
Devir
As malas na porta não
representavam a despedida.
Findo
como o dia
afundo
como pedra
n'água
afino
como tom de conversa
aceno: ácero
corpo
descompassado.
(Pedro Du Bois, inédito)
convite para o lançamento de meu mais recente livro
Por JURA | 3/03/2013 10:14:00 PM em | comentários (2)
Vésper
derrota a tarde
cede o espaço
à última luz
que aqui
antecede
vésper
véspera
na anunciação
da hora
em que
anoiteço.
(Pedro Du Bois, inédito)