SINAIS ORIGINAIS

Por Pedro Du Bois | 12/29/2013 11:15:00 PM em | comentários (0)


Originalmente
calados
sérios
tímidos
assustados
assoberbados
em sobrevivências

no sinal fechado
o pedido
de afeto

originalmente
raivosos
escandalosos
ruinosos
aos nossos interesses

no sinal fechado
                  abertos.

(Pedro Du Bois, inédito)

MUNDO

Por Pedro Du Bois | 12/13/2013 02:39:00 PM em | comentários (0)

Sentado na areia
              entre meu pai
                    e outra pessoa

pequeno
        entre meu pai
              e outra pessoa

a água molhava nossos corpos
                            
                           sentado entre
                      outra pessoa
                                 e meu pai

tinha o sentido do mundo
(pequeno)
entre a areia
            a água
               meu pai
               e outra pessoa
               de quem não lembro.       

(Pedro Du Bois, inédito)

MADRINHAS

Por Pedro Du Bois | 12/07/2013 04:10:00 PM em | comentários (0)

Menos ardor
pede a fada
madrinha

ao casal
espantado
em atos

menos calor
pede o par

menos favores
e por favor
nos deixe sós

são madrinhas
            enquanto fadas
            responsáveis.

(Pedro Du Bois, inédito)

DIZER

Por Pedro Du Bois | 11/29/2013 05:47:00 PM em | comentários (0)

Diz: maltratado coração
lugar comum de falhos fatos
e fantasias

a voz repassa ordens: o cansaço
do corpo invade o espírito
e músicas antigas lembram
desconhecidos passos

pesadelo: não acorda e o corpo
pesa o instante de calor no suor

farsa das máscaras: tormentoso
espaço de guitarras agudas e irritantes
nos sons maiores da liberdade

diz: desbaratado coração feito lágrimas
em olhos de saudade no fogo interior.

(Pedro Du Bois, inédito) 

À NOITE

Por JURA | 11/27/2013 07:13:00 PM em | comentários (0)

à noite todos os gatos são pardos, 
todos os seios são fartos,
todo trabalho é um fardo,
todo vagido é um parto.

TESSITURAS

Por JURA | 11/14/2013 09:58:00 PM em | comentários (0)


VIAGENS

Por Pedro Du Bois | 11/08/2013 04:57:00 PM em | comentários (0)

Distâncias percorridas
na velocidade
imposta
pela necessidade
de chegar

antes do embarque
o atraso circunstancial

no trajeto
o largo espectro
oferece à estrela
o sim
      e o não

distâncias encurtadas
em disponíveis horas
de indóceis minutos
eternos no não chegar.

(Pedro Du Bois, inédito)

CORTES

Por Pedro Du Bois | 10/25/2013 05:53:00 PM em | comentários (0)

Transmudadas cores
enganosas faces
ferozes ícones
descontinuadas horas
no tempo
        das campainhas
        e alarmes
      
             sustos e medos
             na música tranquilizadora

esqueço as cores
são falsas imagens
de domingos religiosos
e entregas

tenho o ouvido atento aos latidos
aos grunhidos das feras no ocaso
e em acesos olhos
                    onde meu medo se entrega
                    e me liberto em cinzentas cores.

(Pedro Du Bois, inédito)

ASSASSINO

Por Pedro Du Bois | 10/18/2013 07:34:00 PM em | comentários (0)

Assassino confesso
confessa a mágoa
de ter sido deixado
ao sabor da tormenta

atormentado ser
a mentir além
da desgraça

fosse o número
o limite da (sua)
capacidade

pobre animal sanguinário
covarde em triste carcaça
predador
   emparedado
   em limitações.

(Pedro Du Bois, inédito)

FÉRIAS

Por Pedro Du Bois | 10/11/2013 05:24:00 PM em | comentários (0)

Há a história
e suas versões
           de quentes verões
em noites intermináveis

são exploradores de brincadeiras
e heróis de tantas feiras
                   levando as férias
                   na ponta do lápis

uma bebida
um almoço
        uma cerveja
        um caroço

outra bebida
um lanche
               rápido.

(Pedro Du Bois, inédito)

Perdas e Ganhos

Por Pedro Du Bois | 10/04/2013 02:07:00 PM em | comentários (0)

O peixe sabe da isca
mesmo assim
se arrisca
e perde

o anzol
prende a garganta
e a força
o leva
para fora

antes de sufocar
vê o mundo
fosse outro mundo
ilusório

o peixe sabe da isca
por isso
se arrisca
e ganha.

(Pedro Du Bois, inédito)

ILUSÕES

Por Pedro Du Bois | 9/27/2013 05:44:00 PM em | comentários (0)

Vendo a ilusão
de que o civil
que começa o ano
possa ser feliz
ou mais feliz
em extremos toques
desfeitos
nos defeitos
que os anos
me repetem

busco na ilusão
o copo esvaziado
do que levo
ao ano que se inicia

tapo os ouvidos aos fogos
no artifício da ilusão
de que as cores se fazem
eternas
      pétreas
           petrificadas.

(Pedro Du Bois, inédito)

Infelicitar

Por Pedro Du Bois | 9/20/2013 08:48:00 PM em | comentários (0)

Não há o sorriso em sério rosto
a espera angustia no corpo cansado

mira a presa
e atira: mortalmente ferida
a fumaça no cheiro característico

do que sobra: pouco
meras palavras
explicam o não sorriso
em seus lábios

mordisca o lábio ao atravessar
a rua em sentido contrário

o horário ressurge em cobrança:
                       encerra ares
        no findar a felicidade.

(Pedro Du Bois, inédito)



TÍMIDOS

Por Pedro Du Bois | 9/13/2013 02:06:00 PM em | comentários (0)

Aos tímidos
sobram
os olhos
abaixados
de onde
vêem
seus pés
no chão

altos
longos
e longe

têm medo
da altura
da lonjura
da largura

não levantam os olhos
nem olham para fora

(apenas)

esperam o piscar
das pálpebras
para acordarem.

(Pedro Du Bois, inédito)

REI

Por Pedro Du Bois | 9/06/2013 04:44:00 PM em | comentários (0)

Apresentado como rei
na reverência
pompa
         e circunstância

tocado na passagem
                         dos pés
olhado no viés
                 dos olhos
visto na divindade
               feito homem

tremido corpo no medo
tremido na voz da súplica
tremido na intenção do espírito

não dá o ar da graça: conta
desgraças em cada parede

desgraçado através do espelho
(onde nada vê).

(Pedro Du Bois, inédito)

ÚNICA TESTEMUNHA

Por Pedro Du Bois | 9/01/2013 03:02:00 PM em | comentários (0)

Revejo a cena.

No fundo da garagem
                 olhos vermelhos
                           brilhantes
                           o demônio
                           - pequeno.

No pátio
      indiferentes garotos
      jogavam bola.

Sou única
       testemunha.

(Pedro Du Bois, em REENCAMINHADO, 2005)

Por Cláudio Costa | 9/01/2013 12:48:00 PM em | comentários (0)

No jardim não há silêncio. Caminhava atenta a pequena, curtindo as belezas da pequena floresta. Em cada flor um grito de cores que se misturavam às sensações dos pés descalços na grama ainda inundada pelo orvalho. Pássaros conversavam em misturas de tons que tingiam um quadro de festa, daquelas bem divertidas. Ao lado, soltando as mãos, o pai caminhava rumo à árvore, contemplando o silêncio.

O menino do dedo verde

Por JURA | 8/27/2013 05:50:00 PM em | comentários (3)

Como pode um livro se esconder em nossa memória?
O menino do dedo verde estava escondido em minha cabeça desde a adolescência, ou um pouco antes disso, quando o li pela primeira vez. Hoje, depois de 30 anos mais ou menos, redescobri o que já sabia, apesar dele ter se escondido em mim nesse tempo todo, O menino do dedo verde é um belo livro, doce, terno, poético que tem o poder de transformar tudo em flores.

Outro sonho

Por Pedro Du Bois | 8/22/2013 02:02:00 PM em | comentários (2)

Ética
utópica

meus sonhos
imagens fragmentadas
em conversas
enquanto acordado

utópica
ética

nos fragmentos encontro
o teor na inteireza
do corpo em discurso

onde repouso.

(Pedro Du Bois, inédito)

MORTE

Por Pedro Du Bois | 8/17/2013 12:28:00 AM em | comentários (0)

De tantas mortes a árvore prateada guarda o rosto
impassível da hora. A senhora. As drágeas.
As pílulas. Verdes tampos guardam as flores
dourada da chegada: o concurso e o discurso
raivoso da despedida. A cicatriz espelha
os quilômetros rodados. Para onde fomos
quando saímos de casa. O choro da mãe
reflete as dores do parto na ausência.

A morte é retorno: mágico trapézio.
Não há o cavaleiro e a montaria estanca.
Apenas rumores, não a morte que torce
a história. Calo o olhar retorcido. Cai
a máscara e a face mostra recomeços.

Não há razões na morte que me escolhe
e que se encolhe nas chuvas primaveris
da razão. Quente é a hora.

(Pedro Du Bois, inédito)

RETORNAR

Por Pedro Du Bois | 8/09/2013 02:15:00 PM em | comentários (0)

O retorno é sua vida
em dias de ventiladores

(ligadas formas de espantar
o calor na passagem)

porque retorna seu pensamento
amigo e companheiro das horas

resta entre o vento
amainado na descoberta
cabeça e mãos ásperas
em rugas

retorna na imprecisa forma
de seus fantasmas e do sorriso
que resta em cada brincadeira

criança ainda
            sem motivo e medo
no avançar constante
            de fazer instantânea
a paisagem entre os morros.

(Pedro Du Bois, inédito)

SONHOS

Por Pedro Du Bois | 8/01/2013 03:16:00 PM em | comentários (0)

A inconclusão dos fatos
se transformam
ao terminarem
as cenas
e as luzes
forem apagadas

dúvida: retirados espinhos
e o sangue jorra das entranhas

você sofre a hora
da inverdade
- todos os dias -
em cobranças
por ser o primeiro
na inépcia
que nega a comprovação

inconclusa matéria
sumida nos sonhos
em que se move
o esquecimento.

(Pedro Du Bois, inédito)

Taraxacum officinalis

Por Eryck Magalhães | 7/29/2013 06:46:00 AM em | comentários (0)


Como sementes de taraxacum officinalis
que apesar de enraizadas a terra
- já que a ela todos pertencemos,
homens, animais e plantas -
estamos à mercê

do vento.

OLHOS

Por Pedro Du Bois | 7/26/2013 02:22:00 PM em | comentários (0)

Nos olhos repouso
o fundo me guarda
tal cisco lacrimejante

estou em seus olhos
e o momento da contração
contrafaz a imagem
onde me colorizo
em prismas diversos.

(Pedro Du Bois, inédito)

O voo do poema

Por Eryck Magalhães | 7/19/2013 10:19:00 AM em | comentários (0)


Escrevia poemas
e atirava-os pela janela
                                       ao vento
para que ele os levasse aonde quisesse
não concebia a ideia
de ver versos
    - presos -
dentro de um livro.

Poesia aspira à liberdade
por isso a cada poema acabado
uma folha de papel voava pela janela.

Nunca se importava
o poeta
onde o poema ia dar
ou quem iria lê-lo
ou até mesmo
se alguém iria lê-lo
talvez ficasse ali
no meio-fio
esquecido
até que uma chuva o levasse bueiro a dentro
ou fosse atropelado por um carro
ou virasse bola na mão de uma criança
papel higiênico nas mãos de um mendigo
o que quer que fosse.

O mais importante era sempre o voo
do poema.

PALAVRA

Por Pedro Du Bois | 7/18/2013 02:43:00 PM em | comentários (0)

Na palavra
oco som
repetido

serve aos bandidos
         aos soldados
aos amigos
aos santos

a palavra aumenta a fúria
da tempestade e faz rugir
o medo da seriedade

na palavra
o som
repetido

serve de acolhida
na entrada

como loucura
e noite.

(Pedro Du Bois, inédito)

SÓIS

Por Pedro Du Bois | 7/12/2013 11:40:00 AM em | comentários (0)

Somos apenas chapéus
sobre as cabeças
poderíamos ser sóis
secando a grama

na proteção
o ataque
com que a defesa
parte o destino

o chapéu e a cabeça
protegem do frio
o calor dos meninos

os sóis fazem sua parte
e se mostram longe
ao contato.

(Pedro Du Bois, inédito)

ÁGUA

Por Pedro Du Bois | 7/05/2013 09:52:00 PM em | comentários (0)

Da boa água
os patos
     distantes
     não se interessam

flutuo na queda
(olhos abertos)
      minhas mãos imitam
      movimentos

      estou calado

longe
nuvens cobrem
as luzes

patos passeiam indiferentes
alimentados e fartos

ofertado
cedo ao impulso
             meu corpo desce
sob a superfície do encontro
           
o barulho dos patos
é a minha ausência.

(Pedro Du Bois, inédito)

RETORNOS

Por Pedro Du Bois | 6/28/2013 03:06:00 PM em | comentários (0)

Quando retornar
   - que o retorno é certo
estarei sentado à espera

do complemento de suas palavras
sorriremos

retornará ao caminho que lhe é próprio
nas incerteza dos deuses
em seus barulhos

serei o silêncio do seu regresso
na manhã encoberta por nuvens
de angústias

retornos pagam o pedágio da passagem
na transfiguração do corpo em imagens
fugidias do (ultra)passado.

(Pedro Du Bois, inédito)

VERDADE

Por Pedro Du Bois | 6/21/2013 04:43:00 PM em | comentários (0)

Diz ser a verdade: mero
instante fragmentado
da vida
errante
ser isolado

acredita e crê
move a pedra
na redenção
e a mentira
se repete
entre todos

a verdade desnuda fatos
acontecidos e nada significa.

(Pedro Du Bois, inédito)

RIGORES

Por Pedro Du Bois | 6/14/2013 02:13:00 PM em | comentários (0)

O rigor do corpo indetermina
a ação dos que se avançam em fome.

E se desintegra em óxidos
                                de que a flama
                                espontânea (injusta)
                                             se encarrega.

(Pedro Du Bois, inédito)

MAIS UM EVENTO DA ACLA

Por JURA | 6/13/2013 08:22:00 PM em | comentários (0)



COMPAREÇAM, DIVULGUEM.

NOITE

Por Pedro Du Bois | 6/07/2013 10:30:00 PM em | comentários (0)

Na noite repleta de escuros cantos
a luz espanta os corpos que se encontram
em conversas antigas de muitos anos

lances sorrateiros e o apito do guarda
que do medo retira a sua vontade
de ser encontrado em sorte ou azar

ser o irrealizado verão
de luzes
          e noites quentes

fossem escuros os cantos
onde possam continuar anônimos
e o vento leve consigo os papéis

(não) é a noite o receptáculo
sazonal de legumes e verduras
chegando cedo à mesa
de quem dorme

(não) se fazem negócios enquanto a noite
se esconde em clarões humanos
de agenciadas vidas
        e mortes descoloridas.

(Pedro Du Bois, inédito)

só quero

Por JURA | 6/03/2013 07:51:00 PM em | comentários (0)

Quero conversar com quem faz alguns versos
Quero ouvir quem compõem uns acordes
Quero estar com quem fez aquele gol no Pacaembu

Quero estar com quem possa me ouvir.

AMOR

Por Pedro Du Bois | 5/30/2013 03:07:00 PM em | comentários (0)

No esforço do amor
amo
ama
e a cena se faz
em lençóis desfeitos
corpos imperfeitos
e a estrela rarefeita
cega o olhar
           olha
           olho sobre a tela
avisa
avista
entrevista
resolve a vida desde o começo
início
(comércio)
compareço
e o desamor instala
                     estala
                     estatela.

(Pedro Du Bois, inédito)

FRIO

Por Pedro Du Bois | 5/24/2013 09:50:00 PM em | comentários (0)

Aparato
     o soldado marcha
     passos rápidos
                decidem a hora
da prisão infecta
               o mundo desmorona
               lamentos
                  medos
                     raivas

na marginalidade
o pote transbordado em fel

             como se saber em paz
             no espírito deixado
na alegria ingênua das promessas
                                  e pombos

sinal
fechado em permanência
que abre em cores diversas
ao enganar a cor apresentada
em nomes diferentes
                 de mesmos rostos
                                e passos

tantos os sonhos discursados
que as sinas se igualam
                    ao passado

a versão oficial arranja as cordas
nos violinos plenos em tristezas.

(Pedro Du Bois, inédito)
        
              

MAL

Por Pedro Du Bois | 5/16/2013 04:57:00 PM em | comentários (0)

Onde o mal aflora
fora de hora
e na hora
exata
em que a justa
luta
enluta
o corpo
e a família

o mal de fora
deflora o corpo
e a virgem sabe
do pecado

o mal fora de hora
em todas as horas
na falta da hora

na desonra.

(Pedro Du Bois, inédito)

REVELAÇÃO

Por JURA | 5/15/2013 08:48:00 PM em | comentários (0)

QUERO LER UM POEMA
QUE ME DESVENDE, ME DESVELE , REVELE
ME DIGA QUEM EU SOU
SEM SUBTERFÚGIOS
ME DEIXE SEM VERNIZ E CINZA.

II Salãio de Arte da ACLA

Por JURA | 5/15/2013 08:40:00 PM em | comentários (0)


IMÓVEL

Por Pedro Du Bois | 5/09/2013 08:40:00 PM em | comentários (0)

trago a continuação do que se desespera
friamente na mão que se encerra e destaca
o troco com que se ofende: é destino
estar em olhos vazados ao ser ausência

apenas o que trago: negócios vendem ódios
e trabalhos. relicários desfeitos em crenças
de que problemas se resolvem em dízimos
e a benção se esfumaça no ar pesado
da reação diversa à receita

trago na imobilidade a chegada das horas
em que versos se apresentam estéticos
em simples palavras
catadas no chão úmido
de dividos espaços na vinda
vida ávida e aurora despontam
em espantado pó sobre a mesa
onde ponho o trazer e o desprazer
                                 da não viagem.

(Pedro Du Bois, inédito)

SORTE

Por Pedro Du Bois | 5/03/2013 12:31:00 PM em | comentários (0)

Do mal bebo o gosto
amargo
  amaro
    avaro gesto
       de desgosto

desmaio o corpo sob a força
da malignidade exposta

hoje
ontem
sempre

           de mal a pior
           na pior hora
           oro o pedido

o perdão se apresenta
com doce gosto?

Do mal falo o princípio
e a sorte
           lança
                 sua sorte.

(Pedro Du Bois, inédito)

Lugar ao sol

Por Eryck Magalhães | 4/28/2013 06:15:00 PM em | comentários (0)


           Finalmente encontrou seu lugar ao sol. Ardeu em chamas.

ACORDAR

Por Pedro Du Bois | 4/25/2013 10:11:00 PM em | comentários (0)

Antes que acorde
corre o lápis: escreve
palavras que antecipam
                             o dia

o frescor da manhã
pela janela: nuvens guardam em luzes
as sombras que não representam

dorme alongados sonhos
que o corpo descansa
na espera do que encontrará

                                     escrito

o bilhete em letras claras: a sombra
mata os sonhos em que esquecemos
nossas vidas: sobre a cama o acordar
torna a hora fechada em esperanças.

(Pedro Du Bois, inédito)

Pôr-do-sol em Paraty

Por Eryck Magalhães | 4/23/2013 08:43:00 PM em | comentários (0)



Apesar da esplêndida paisagem
mar, montanhas e horizonte
- que prenderia a atenção de qualquer um –
era aquele pequeno objeto retangular
que a apetecia
e que a havia transportado dali,
um livro.

*poema em homenagem ao dia internacional do livro 

IMÓVEL

Por Pedro Du Bois | 4/19/2013 09:09:00 PM em | comentários (0)

A mão imóvel
não permite o traço
em gesto estático

boneco: corpo na vitrine
em que apenas os olhos
sobre a rua
              giram
              na procura
              de quem não passa

pode o futuro estar à frente
do corpo imóvel?

Na imobilidade o espírito
- seria alma - se aquieta
na espera da hora
em que os movimentos
são recuperados
               e o aceno acontece.

(Pedro Du Bois, inédito)

rima forçada

Por JURA | 4/13/2013 09:19:00 PM em | comentários (0)

não sei mais fazer poesia,
como se algum dia eu sabia.

SENTIDO

Por Pedro Du Bois | 4/11/2013 05:10:00 PM em | comentários (0)

No crime o sentido extravasa
o morto
      o corpo
           o motivo
           transforma o inferno em vidas
           ceifadas
     espoliadas
     arrasadas
o criminoso sabe o resultado
e acostumado
        volta pra casa
        deita e dorme

à polícia cabe cobrir o cadáver
inquirir testemunhas
informar oficialmente
               que não existem pistas

(tudo publicado no canto da página
 do jornal do bairro).

(Pedro Du Bois, inédito)

VIDA

Por Pedro Du Bois | 4/05/2013 03:11:00 PM em | comentários (0)

O rio em águas escuras
de transitados restos
               orgânicos
               de um mundo
                          melhor

o rio atravessa o vale
e a cascata se faz longe

águas poluídas cozinham
batatas e ovos explodem
                       suas cascas

encrespadas águas que o vento
muda de lugar.

(Pedro Du Bois, inédito)

No campo das ideias

Por Eryck Magalhães | 3/28/2013 07:58:00 PM em | comentários (0)


A ideia de ser humano
é uma.

A ideia do ser humano
é outra.

COMPLETEZA

Por Pedro Du Bois | 3/26/2013 11:33:00 PM em | comentários (0)

Se de tudo
faço pedaço

no fragmento
busco a totalidade

(impregnada)

no curto espaço
     no mínimo compasso
          na pouca paixão
               na rala condição

o sentimento agrupa
                     agregado grupo
                    segregado corpo

(totalizado)

mais vale a parte
         mas vale o nada.

(Pedro Du Bois, inédito)

CORPOS

Por Pedro Du Bois | 3/21/2013 06:25:00 PM em | comentários (0)

Provoco a tempestade
em que os afogados
surgem entre sereias

(devolvem os corpos
 que nos são roubados)

a tempestade amaina
em corpos ressurrectos

sereias sorridentes
pedem outras tormentas

pego os corpos
restituídos em vida
e não escuto a súplica
das sereias.

(Pedro Du Bois, inédito)

Por JURA | 3/18/2013 09:41:00 PM em | comentários (0)


QUESTÃO

Por Pedro Du Bois | 3/15/2013 02:50:00 PM em | comentários (0)

Por todos que se mostram
prontos ao embate
             com armas em riste
             o olhar triste conhece a sina
dos que avançam sem sentido: cobiça.

A cobiça líquida e certa ceifa sentimentos
de envolvidos estrategistas generais de plantão.

Teletransmissores psicólogos e religiosos
dão moral à tropa esfalfada em gritos
que escondem o medo e a morte.

Pernanece a pergunta e a dúvida na chuva
miúda que cai sobre a cidade molhada
em água e sangue de escorridos corpos.
                  Apenas os soldados na ruas
destruídas
                                                 nos prédios
bombardeados
                em ódio destilado: por quem estão ali?

(Pedro Du Bois, inédito)

Por Cláudio Costa | 3/14/2013 10:44:00 PM em | comentários (0)


Devir
As malas na porta não
representavam a despedida.

FIM

Por Pedro Du Bois | 3/07/2013 12:07:00 PM em | comentários (0)

Findo
como o dia

afundo
como pedra
          n'água

afino
como tom de conversa

aceno: ácero
           corpo
           descompassado.

(Pedro Du Bois, inédito)


VÉSPER

Por Pedro Du Bois | 3/01/2013 11:38:00 AM em | comentários (0)

Vésper
derrota a tarde

cede o espaço
à última luz
que aqui
antecede

vésper
véspera

na anunciação
da hora
em que
anoiteço.

(Pedro Du Bois, inédito)

POSSUIR

Por Pedro Du Bois | 2/21/2013 11:00:00 AM em | comentários (4)

Da chave possuo o segredo:
         mistério entreaberto
         na porta solidificada

de onde estou
         até você
             o tempo se transforma
             em distância
                                  e nos afasta
                                  em passados sentimentos

despossuído em marcas assinaladas
do que chamo tempo me agarro
em lembranças encordoadas

o corpo pende no espaço
e derrubo em segredo
a chave em que me revelo.

(Pedro Du Bois, inédito)

Sonho vermelho

Por Eryck Magalhães | 2/16/2013 10:03:00 PM em | comentários (2)



                    Na terra em que cada um adquiria uma coloração, de acordo com o seu sonho, a menina que dormia sobre a cama reluzia em diferentes tons de vermelho flamejante.

RECOMEÇOS

Por Pedro Du Bois | 2/15/2013 01:30:00 PM em | comentários (1)

Consagro o último dia
ao novo
     recomposto

esquento a comida
na panela abatida
sobre a mesa

o calor do corpo esvaído
em novos pensamentos
e promessa.

(Pedro Du Bois, inédito)

Por Cláudio Costa | 2/15/2013 12:10:00 PM em | comentários (0)

Meu nome é maria:
do lar, casada e virgem
Meu nome é Maria,
 não das graças e nem dos prazeres,
 só das Dores

Por Cláudio Costa | 2/15/2013 12:09:00 PM em | comentários (0)


AUSÊNCIA
Pensava ele ao fazer e desarrumar as malas:
Os cacos aos poucos cristalizarão, mas o que fazer quanto ao pó
em que transformara a alma?

Por JURA | 2/09/2013 01:29:00 PM em | comentários (2)


Quem me conhece há mais de 20 anos, quem deu aula pra mim ou estudou comigo no Grupão, Severino ou no supletivo do Comendador, deve estar se perguntando: como o Jurandir tem a coragem de escrever um livro sobre a escola e inteligências múltiplas?
 Um livro que reflete sobre o ensinar e o aprender e a relação professor e aluno, principalmente sobre aprender, estudar e relação professor e aluno, pois não fiz isso muito bem nas escolas por onde passei e citei acima.  Também me pergunto isso, mas aconteceu. Por caminhos que não sei explicar, pela inteligente influência de minha esposa, me tornei professor há quase 20 anos. E desse tempo em várias escolas particulares e públicas, em muitas conversas com alunos e colegas, na observação crítica na relação da escola com a vida que a cerca, em muito autocrítica, pelas leituras que fiz, lanço pela Editora Penalux, com o apoio cultural do IEVAP( Instituto Educacional do Vale do paraíba) As Inteligências e a escola em breve.

GUERRAS

Por Pedro Du Bois | 2/07/2013 12:43:00 PM em | comentários (2)

Não limpo
a terra: o pecado
             infecta
              o mistério

            limpo a mente
da guerra reducionista
das ideias

                o pecado repete
                a sequência
                das sentenças

não limpo
a terra: esclareço que a música
            não me conduz ao centro

        o paralelismo me conforta
        e da guerra retiro seus enfeites.

(Pedro Du Bois, inédito)

RETROSPECTO

Por Pedro Du Bois | 2/01/2013 04:31:00 PM em | comentários (0)

Liquido as imagens do ano findo:
     afundo lembranças
     desacostumo os olhos
     em espelhos refletores

      a rotação traz a permanência
      e redundâncias: o que faço
      e sou enquanto a velocidade
      constante me imobiliza

revido ao gesto de desdém.
Sou na civilidade o ocaso
inverso do sucesso: predominância
dos dias alternados na velocidade
da saudade
     na certeza de que após o fim
     recomeça a imagem desgastada
     ao passar pelo tempo. Anos iniciados
em vozes geram esperas de novos temas.

Lembranças decompostadas aos meios
e aos fins
         que o fim é começo eternizado.

(Pedro Du Bois, inédito)

AMORES

Por Pedro Du Bois | 1/23/2013 10:32:00 AM em | comentários (4)

Sobre o amor
deduzido no peso
dos anos

lembra vagas conversas
de anos anteriores

o que disseram
certas vozes
pelos corredores
na frieza do hotel
onde não se reconhece

sobre o amor
esquece o tom
e sussurra ao tempo
promessas de imobilidade

lembra o texto decorado
e o atravessa em lágrimas
de lembranças.

(Pedro Du Bois, inédito)

CÍRCULOS

Por Pedro Du Bois | 1/17/2013 04:00:00 PM em | comentários (0)

Preenchido
    o círculo das respostas
    se dilata em novas questões:
    absorvido em questões menores
          de saber a hora de ir embora

prescinde das perguntas
enredadas em florestas
de petrificação: voa
na resposta inalcançável
do esquecimento: última
questão transposta ao círculo

     a vida se completa
     na necessidade do saber
     sobre o absurdo: a morte
     preenche o círculo
     constraído em estática.

(Pedro Du Bois, inédito)

Poema no varal

Por Eryck Magalhães | 1/13/2013 07:30:00 PM em | comentários (0)



Estendeu o poema no varal
para o poema sentir como é estar no mundo
para sentir o poema
sem lê-lo
poema-bandeira trepidando ao vento
preso        e solto
ao mesmo  tempo

MESMAS

Por Pedro Du Bois | 1/11/2013 04:17:00 PM em | comentários (0)

Nas horas com que pinto
traços escondo escombros

preso ao traçado abomino mensagens
na realização da idealização dos laços

com a mão com que aciono cadafalsos
escondo as sombras dos sábados

no altar ofereço a voz do sacerdote
desmoronado sob escombros

com as formas com que me deformo
retoco a imagem ilusória da vivenda

dou ao estertor o nojo da batalha
recolhido na mortalha onde escondo
o ricto infeliz da face: farsa com que
me acostumo em ruas intransitáveis

o reboco sobre letras grafitadas
encobrem o final do capítulo
deposto em armas esquecidas
na futilidade inútil do caminho.

(Pedro Du Bois, inédito)




Utopia:  “tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. A palavra foi criada a partir dos radicais gregos οὐ, "não" e τόπος, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe". ( Wikipedia)
Cidania Cultural:Segundo Bastos (2002:134), assinalou se por um lado a Constituição Federal trouxe um aporte significativo de leis que alcançaram um escopo fundamental de variáveis para a construção da cidadania cultural, por outro, tornou-se necessário um engajamento da sociedade organizada como forma dar sentido a essa nova ordem jurídica. Corroborando com esta ideia Soares (2001 )afirma que a promoção da acessibilidade aos bens culturais, enfatizando que ela cumpre as determinações da constituição Federal de 1988, quando consagra os direitos das portadoras de deficiência física e também proclama o direito a cultura, em seu artigo 215,seção II, da cultura:. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.”
“Patrimônio cultural é o conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devem ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo.
O patrimônio é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações vindouras.”  Wikipédia

          Segundo dicionários e iminentes filósofos, cidadania cultural é o direito de qualquer cidadão não apenas ao acesso à cultura como à sua produção e difusão. Entretanto, todos os textos aos quais tivemos acesso não tratavam da produção, do fazer a Arte. Ocupavam-se das teorias políticas, em especial as que rechaçam o neo liberalismo e privilegiam o que chamaremos, á falta de maior conhecimento teórico, de filosofia de esquerda. Nesses textos ( todos muito bons, incluindo a leitura de Marilena Chauí ), fala-se muito mais da necessidade do acesso á população aos bens culturais do que sobre sua produção, propriamente dita.

          Os bens culturais  no nosso país estão sendo respeitados de acordo com a própria visão de bem cultural- plenamente acessível a todos, protegido, veiculado e mantido pela sociedade? Pensamos que esta questão está sendo silenciada pelos próprios interesses que cercam os valores desses mesmos bens culturais.

O bem cultural não é monopólio de um partido, de um governo (se pudéssemos colocá-lo num extremo provável) tampouco é um bem passível de uso para promover interesses particulares que não deixam que este produto seja socialmente desfrutado, ou dividido, ou mesmo exposto.Nenhum desses extremos é positivo, nem mesmo condiz com o que consta no artigo 215, seção II da nossa Constituição. Na perspectiva desses extremos que mencionamos, a chamada Cidadania Cultural nada mais é do que pura Utopia, ou seja, um não lugar. Um conceito apenas sonhado, irrealizado.

          Nosso país é rico em cultura até porque a formação do Brasileiro é multicultural. Temos influências diversas desde as três etnias que se encontraram no descobrimento do país até as diversas etnias que se instalaram no Brasil ao longo do tempo (ariana, asiática, islâmica, semita, só para citar alguns exemplos). O Brasil, portanto é rico em manifestações culturais diversas ( e isso não é utopia), mas a cultura que o povo cria com sua peculiaridade  anda se prestando ao uso mercantilizado, devorando, mastigando e  triturando manifestações culturais autênticas para vomitá-las no mercado em uma pasta massificadora e alienante, sem preocupação outra que não o consumo rápido. Em vez de cidadania cultural, temos então a voracidade do capitalismo desenfreado, interessado em venda/consumo e que serve aos interesses de uma política cada vez mais corrupta e esta, por sua vez, serve e se serve de  uma “fast food cultural”.
         
Onde o artista nessa situação? Qual o seu lugar?
         
É nossa opinião que os bens culturais não são propriedade ou massa de manobra para politicagem. Não é um purismo que propomos, é uma garantia da  legitimidade e autonomia não apenas da cultura mas de seu produtor – a manifestação (autoria) popular, advinda de qualquer classe social . Vincular os bens culturais com a corrupção política e o mercantilismo  gera o monopólio do que não poderia ser monopolizado: a livre circulação do obra e seu artista, compromissado com sua arte, sua visão de si mesmo e do mundo que o cerca. Nem a Arte, nem o Fazer Cultural nem o Artista devem ser ferramentas de uma classe que tudo faz para tornar-se absoluta e perpetuar-se no poder.  Essa situação extingue a possibilidade da diversidade cultural, silenciando o legítimo criador e sua criatividade, bem como a sua liberdade em usar sua voz, sons,  palavras, cores e linhas, massas, corpo, intuições e emoções, de forma autêntica, sem manipulações, sem a preocupação de produzir obras que agradem ao seleto grupo daqueles que, por dever constitucional, deveriam difundir a Cultura/Arte de forma democrática. A corrupção e o mercantilismo (que hoje se apresenta no pomposo termo inglês “ marketing” ) sempre compromete a alteridade, em qualquer âmbito. Isso porque o supra mencionado poder se comporta como o reizinho mandão da fábula e está pronto para silenciar o discordante, naquilo em que sua produção difira de seus pontos programáticos ou mesmo quando deseja privilegiar seus escolhidos que obviamente estão conformes à uma visão particularista. A censura, agora, se apresenta de forma insidiosa e sutil, disfarçada em  “critérios de avaliação”, mas é o mesmo silêncio imposto pelas ditaduras. E pelos mesmos motivos: capital, controle, poder.
                   
Não podemos, porém, incorrer em outro extremo, ou seja, deixar a produção cultural nas mãos do mercado e apenas para esse fim. Isso também escraviza o artista, artesão, produtor cultural, que se vê nas mãos impiedosas do consumismo alienado que torna a arte/fazer cultural tão somente mercadoria, alienada do princípio de que essa produção emerge da intuição profunda -como nos diz Ferreira Gullar-  seja do artista popular ou do erudito, por conta de uma necessidade interior, uma necessidade que busca a expressão em obras e na matéria e nos sons, ou no corpo para corporificar essa emoção, por vezes frágil e fugaz, quando não é um insight de uma manifestação do sublime.
         
Pensamos que as obras culturais dizem respeito a um contexto espaço-temporal, nem que essa obra represente uma antítese a esse contexto. O seu criador as produz para sobreviver ao seu tempo. Um artista, na acepção do termo, deixa marcas e mensagens, mesmo que afirme não ser esta sua pretensão. A prática ( infelizmente comum) de cercear a produção cultural pela invisível censura do privilégio político, vai esmagando a cultura e seu fazer ou seja, a arte em qualquer das suas manifestações.  A realidade é que as leis de incentivo cultural  não estão ao acesso de todos, o que manda por ralo abaixo o projeto de Cidadania Cultural e nos fazem pensar que tal é, na melhor das hipóteses, uma Utopia. Na pior... bem, uma ação política que nada mas é do que “Panis et Circenses” – Pão e Circo. No caso, a cultura vira o circo, no mau sentido.
         
Os bens culturais não dão em árvores, embora o artista contemporâneo possa usar maçãs para sua obra de instalação. Mas todos  os artistas precisam ( ou deveriam) ter maçãs para se alimentar...

Os bens culturais estão imbricados no fazer-se  constante e contínuo. O artista, o criador, de uma maneira ou outra deveria ser protegido, ou deveria ter condições de se proteger contra  a maré extremamente corporativista. É natural  a condição de competição em nossa sociedade capitalista, porém o corporativismo não suporta a manifestação daquele que quer dispor de seu talento e sua expressão fora da ditadura que serve a interesses comerciais e/ou políticos. E por esse e tanto outros que não se curvam ao jogo de interesses, permanecem  à margem dos circuitos culturais oficiais.
         
Nessa marginalização, há um dado positivo que é a liberdade. Embora seja parcial, alguma liberdade é melhor que nenhuma. Porém precisamos ampliar a maneira de veiculação dos bens culturais através de uma valorização intensiva de inserção, ou reinserção, do artista e sua obra na sociedade, fazendo com que o artista seja valorizado pela sua produção e talento, tornando-se alguém que possa a desenvolver sua visão de mundo e da sociedade em que vive e trabalha.

          Leis como a lei Rouanet, ainda não são plenamente acessíveis. Infelizmente, há uma minoria privilegiada ( e nem sempre pelo talento)  que está abocanhando as verbas governamentais, como é o caso, de forma injusta.
          Talvez digam, nosso pensamento, sim, seja utópico. Contudo, a proposta de Cidadania Cultural não foi nossa. Aliás, com ela concordamos plenamente. Desde que seja aplicada realmente e não se preste a palanques e comícios.


10/12/2012

DORES

Por Pedro Du Bois | 1/03/2013 08:26:00 PM em | comentários (0)

Aponto na mesa
o começo: inicio
a refeição
             que o corpo
alimentado esquece
a dor e a morte

aposto minha
mesa no nada
               alimentado

pela dor elevada
à potência inicial.

(Pedro Du Bois, inédito)


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