Sons esperados
contados
na primeira pessoa
olhar sobre as palavras
jorradas na sequência
de guerras sangrentas
pela sobrevivência
o intermediário salto
de partes cruentas
e o sangue deixa
de jorrar: branca
morte no abandono
das ideias: retórica
reforçada pelo oficial
em comando
corpo e sangue: olhos
abertos
a voz
e o grito
adjetivado ao extremo
traduzir os passos
e o medo: sem medalha
no peito: a paz não recolhida
em abraços
pendentes braços sem função
e abraços: inertes.
(Pedro Du Bois, inédito)
Na esquerda vicejam plantas
hipopótamos transitam à direita
acima e abaixo
lesmas diminutas
em lentos deslizares
a frente
e a retaguarda
dentro
e fora
o entremeio no devaneio
do cofre chumbado
em elementos de estilo
sucumbe e submerge
na cor não percebida
aperta os dedos
ao estalar dos ossos
na dimensão aproximada
olham e sorriem o espaço vago.
(Pedro Du Bois, inédito)
O passado perguntado
em questões anteriores
ao espírito dos corpos
vivos fascinantes e inteiros
nas mentiras racionalizadas
em brechas por onde fogem
os sentidos: por isso as respostas
entre armas de almas abandonadas
no ínfimo espaço onde transitam
e esperam o retorno das questões
arguidas nas respostas do nada
repetido de luzes e escuras
formas das árvores derrubadas
em estampidos e relâmpagos
da natureza na irrealidade do fruto
amargo em gasosos seres indevidos
na espera do entretando permitido
nas perdas consentidas e no ódio
ensinados em ervas malditas
e amaldiçoadas folhas secas
no desenho da água no copo.
(Pedro Du Bois, inédito)
onde o corte
expõe
o corpo interno
o externo
estabelece
limites
na dor
e no medo
o arremesso
no arremedo: juntos
na primeira leitura
onde a morte expõe a ternura
em que nos recolhe
o brilho do olhar
sobre o corpo: o corte espaça
onde somos lançados fora.
(Pedro Du Bois, inédito)