O frio da noite esconde o calor
dos corpos sobrepostos. Luxúria
nas entregas dos opostos
em esquinas. Na procura reside
o despertar. O frêmito jorra
sangue em dilatadas artérias.
A caverna recebe o líquido
e se expande na aproximação
do que procura. Acondicionado
e protegido retorna e o frio
se apresenta estéril. Horas
trazem a sensação
de outrora. O calor afaga
o ânimo desconsiderado
em corpos separados
nos quadrantes dispersos.
No frio da noite o exagero.
(Pedro Du Bois, inédito)
Hora tardia das confissões
no conhecimento dos erros
arremetidos contra vidas
diuturnas dos arruaceiros
feitos estátuas vivas
sob o vento
em cálidas manhãs
de entretenimento e saudades
horas irresolutas de segredos em abertos
coros: a coroa simboliza o mito
árbitros determinam encerramentos
em campos opostos
na passagem do andor
ardores corroem o corpo em vontades
e excessos purgam imagens
após a hora a história se repete
em trovões tardios os raios apagados
em céus atormentados
correntes prendem o espírito
em que o sempre serpenteia luzes.
(Pedro Du Bois, inédito)
queria o vinho
a vinha
adivinhada
na ira
escondida
em bagos
espremidos
pés
pisoteiam
onde o sumo
aflora
o vinho a vinha
na raiva escondida
em canções ancestrais.
(Pedro Du Bois, inédito)