Confusas horas
tomadas ao acaso
das sentenças
desfeitas em ardis
no espoucar dos fogos
artificiais das inteligências
amansadas em regras
dispostas ao relento
da sensibilidade
dias perdidos em discussões estéreis
de enriquecimento: coisas adquiridas
na possibilidade de ser macia a cama
e pesado o sono destituído do sonho
inicial na sobrevivência anárquica
com que o homem sorri à fêmea
e se faz companheiro
e comparsa.
(Pedro Du Bois, inédito)
além dos sentidos
inconsentido estágio
onde nos deixamos aos ventos
naturais dos verões abrasivos
queimam corpos sobrepostos
na areia das praias invalidadas
em noites de tenebrosos sentidos
a insensibilidade arma homens
em indefensáveis apetrechos
de obras superiores
não sentimos o olhar
do transeunte: ao largo
o barco ( menor) se funde
na linha do horizonte
(Pedro Du Bois, inédito)
Na busca o encontro imaterial
esboça o ânimo absurdo
sob argumentos desiguais
na procura de algo além
interiorizado em lembranças
atávicas: nada acha
nada encontra
nada acontece
aquém da farsa das entregas
o corpo repousa na cama
inundada em misérias
mesquinhas
de rebocos arrebentados
no desencontro aleatório
cerceado em papel de seda.
(Pedro Du Bois, inédito)
receio olhar seu corpo
sem desejo e coragem
receio seus olhos
escurecidos em saudades
receio o impropério lançado
ao alcance da palavra
receio antever sentidos
dirigidos a mim:
exposto em dúvidas
recobro o início
no caramujo: fecho
(Pedro Du Bois, inédito)