Onde encontro a pedra
côncava da espera
debruço o corpo
aliso a superfície
em liso espaço
na espera a pedra
se desgasta
na exata medida
do meu corpo.
(Pedro Du Bois, inédito)
FEITAS AS CONTAS
RESTA
A VIDA
A SER SOLVIDA
NA MOEDA
DA COMPRA
(DÍVIDA ULTRAPASSADA
EM PROMESSAS
E JURAS
DE AMOR)
COMO GARANTIA
OFERECE O DOM
DE NÃO PREVER
O FUTURO
E ESQUECER
O PRESENTE.
(Pedro Du Bois, inédito)
Fosse em vão
o sonho
não seria
mas realidade
(no fundo o vulto dispersado
em agradecimentos. Seu corpo
exala o segredo pronunciado.
Sai e a sala fecha sua porta: ao profeta
cabem longas paredes em retratos.
O futuro permanece ante o bastão
ofertado. Do vulto contam
histórias milagrosas de amores
vivenciados no cantar do galo: do galo
não se escuta o canto. Morto ao nascer
do dia)
fosse a realidade
o vão do mundo
restaria o sonho.
(Pedro Du Bois, inédito)
Pétalas irisadas
se abrem em seus olhos.
Flores azuis perfumam
o meu silêncio.
[gORj]
PEGADAS SOLITÁRIAS
Por W.G. | 1/10/2012 09:30:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (0)
Caminho só,
assim prefiro.
Dos meus passos
é que tiro as palavras,
versos ainda brutos.
Só, caminho. Assim prefiro.
A solidão estende os galhos
para que a Poesia coma seus frutos.
[gORj]
é o vento
que com a força da paixão
empurra o mar
que em ondas
se entrega
à praia
É noite.
Pelos trilhos
__do silêncio
o trem cruza
meu ouvido.
Abro os olhos.
No último vagão,
acena-me adeus
o sono perdido.
[gORj]
E que medo da vida devem ter os que já estão mortos.
SILÊNCIO DE PEDRA
Por W.G. | 1/07/2012 09:44:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (1)
...e o vento levou.
Outras palavras
foram soltas
e levadas pelo vento.
Calei-me, então.
Meu silêncio o vento não leva.
[gORj]
Busco o insensato dia
da entrega
desentranho argumentos
na primeira instância
e os repito
em orações ligeiras
permaneço na estátua vista
sob a luz da imagem repetida
das palavras esvaziadas
em significados
não significo a busca
e a entrega permanece
inconclusa.
(Pedro Du Bois, inédito)