Queria parar de escrever,
construir minha obra
em torno do silêncio,
mas as palavras
são formigas insaciáveis:
de migalha em migalha
carregam meu silêncio
para fora de mim;
faz-se matéria-prima
e alimento
para o que
escrevo.
Pétalas irisadas
se abrem em seus olhos.
Flores azuis perfumam
o meu silêncio.
[gORj]
PEGADAS SOLITÁRIAS
Por W.G. | 1/10/2012 09:30:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (0)
Caminho só,
assim prefiro.
Dos meus passos
é que tiro as palavras,
versos ainda brutos.
Só, caminho. Assim prefiro.
A solidão estende os galhos
para que a Poesia coma seus frutos.
[gORj]
É noite.
Pelos trilhos
__do silêncio
o trem cruza
meu ouvido.
Abro os olhos.
No último vagão,
acena-me adeus
o sono perdido.
[gORj]
E que medo da vida devem ter os que já estão mortos.
SILÊNCIO DE PEDRA
Por W.G. | 1/07/2012 09:44:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (1)
...e o vento levou.
Outras palavras
foram soltas
e levadas pelo vento.
Calei-me, então.
Meu silêncio o vento não leva.
[gORj]
Gorjetas e alguns versos trocados
Por W.G. | 9/19/2011 08:35:00 AM em Aparecida, Wilson Gorj | comentários (0)
Um apanhado de microcontos e alguma poesia:
XADREZ (11 de setembro)
Por W.G. | 9/11/2011 11:09:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (3)
Enquanto os grandes mexem suas peças
derrubando torres
manipulando bispos
enforcando reis
entre cavalos e peões,
os pequenos movem suas vidas,
cada um no seu quadrado.
A QUALQUER HORA
Por W.G. | 9/05/2011 08:23:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (1)
a qualquer hora.
Eu vendo o pôr-do-sol... Ninguém se interessa.
A pressa venda os olhos.
Para ferir
qualquer palavra
é pedra.
Na boca
de quem ama
derrete-se a dureza:
palavras exalam
hálito de flores.
A poesia,
flor desabrochando
no meu cotidiano.
Com os dedos da linguagem
tento colhê-la
e quem sabe
plantá-la
no vaso das palavras.
O verão engorda os rios.
Obeso de águas, transbordam.
E livres do cativeiro das margens,
invadem campos, cidades...
Manáguas ensandecidas!
Indomáveis,
deixam estragos pelas ruas.
Com o beijo dos olhos,
o poema despertou.
Declamei-o.
Seus versos espreguiçaram.
No último bocejo,
a poesia voou.
Um Sábado de Aleluia possível
Por W.G. | 9/19/2010 09:56:00 AM em Aparecida, Contos e Micronarrativas, Wilson Gorj | comentários (1)
Carregando o Judas, a molecada para diante da "biqueira".
Gritam:
- Queremos pe-dra! Queremos pe-dra!
E o traficante manda bala.
Cena para um haicai
Por W.G. | 9/19/2010 09:54:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (2)
Nanoconto de Sexta-feira
Por W.G. | 9/11/2010 04:50:00 AM em Aparecida, nanoconto, Wilson Gorj | comentários (2)
Na ilha deserta, Robson recluso é.
Poeta que me edita.
E agora?
A poesia morreu,
o sonho acabou.
Quer ir para Pasárgada?
Pasárgada não há mais.
Manuel,
e agora?