O primeiro homem
pensou sua sobrevivência
sobreviveu ao homem
- ainda bicho -
o segundo homem
tem a consciência
de esconder o bicho
ainda homem.
(Pedro Du Bois, inédito)
No caminho que ninguém caminha
Pero Vaz caminha
na sua caminha
só indiazinha.
Por Cláudio Costa | 9/22/2011 09:12:00 PM em | comentários (1)
fINal FELIZ
Combinou que ao acordar faria o café.
A mesa estava posta
Uns trocados
Um bilhete
o vazio
eu
O absurdo considerado
no limite
da troca: vida
e morte
(um dia quando o último
for embora ainda ouviremos
o silêncio mortífero
da canção).
(Pedro Du Bois, inédito)
Dos vasos suspensos
regados por seu nome
é colhido o olhar de alegria.
Há vida.
A rosa colhida no mais íntimo do meu jardim
foi rejeitada feito capim.
Num copo esquecido, sobreviveu
a lembrança du'm sorriso.
A rosa não teve nome
só motivos
e morreu.
Gorjetas e alguns versos trocados
Por W.G. | 9/19/2011 08:35:00 AM em Aparecida, Wilson Gorj | comentários (0)
Um apanhado de microcontos e alguma poesia:
tinha cada uma
maior que a outra
tinha outras
com cada uma
e tinha você
que me deixava numas.
Integro o espaço
circular da imagem:
a escada
o sofá
o automóvel
o inseto
o pássaro
a infrutífera árvore
ressecada
(escuto o som: não tenho a imagem)
entrego o corpo ao cansaço
e no sofá onde sentado
aguardo o final do som
na recuperação da imagem.
(Pedro Du Bois, inédito)
TANGRAM TEIA DE IDÉIAS: A UMA MOÇA QUE PASSA
Por Unknown | 9/12/2011 10:58:00 PM em | comentários (0)
Por Cláudio Costa | 9/12/2011 08:40:00 PM em | comentários (0)
1ª Pessoa.
Ele concordava que tinha o mundo em si.
Úlceras,
pasmos vermes.
XADREZ (11 de setembro)
Por W.G. | 9/11/2011 11:09:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (3)
Enquanto os grandes mexem suas peças
derrubando torres
manipulando bispos
enforcando reis
entre cavalos e peões,
os pequenos movem suas vidas,
cada um no seu quadrado.
. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
barullho no telhado
deus aborta fetos de anjos
Tonho França
A terra recebe
o corpo: a terra
cobre o corpo
depositado
na terra o corpo
se compraz
em decomposição
na terra o sentido original
do corpo descompensado
ao estágio anterior
da criação
o barro ressecado estala pedaços
do corpo putrefato: na superfície
entre flores a lembrança
se oferece ao mistério: o corpo
trespassado.
(Pedro Du Bois, inédito)
A QUALQUER HORA
Por W.G. | 9/05/2011 08:23:00 AM em Aparecida, Poesia, Wilson Gorj | comentários (1)
a qualquer hora.
Porque sem o branco do papel
e o negro da tinta
não haveria este poema.
(Eryck Magalhães, Ecos e outros versos, 13)