No discurso do profeta
apregoado eletronicamente
determino a pena
justa
ajustada
do que deve purgar
na vida
desligo o som
e me divirto
com sua mímica.
(Pedro Du Bois, inédito)
Quando sentires no peito
amor por alguém,
e junto com esse sentimento
o desejo de expressá-lo,
seja através de gestos
ou palavras,
não hesites
não deixes
que qualquer outro sentimento reles
iniba a manifestação do amor.
Aquele a quem amas
merece ouvir de tua boca
a frase das frases:
"eu te amo",
pois é a existência desta pessoa
que fez nascer em ti
o nobre sentimento.
Não sejas egoísta,
ao ponto de guardar o amor
só para ti,
deixa-o transbordar,
inundar o outro
não deixes para amanhã de manhã
não deixes para depois,
pois o amor é o instante
e tu, uma ínfima fagulha
da fogueira do universo
que o menor dos sopros
pode apagar.
Vento que se preze não passava por ela sem se render as suas sinuosas curvas.
São como objetos distantes
em movimento
nunca se sabe
se elas vem em nossa direção,
ou não.
BREVE APONTAMENTO SOBRE O (MEU) EQUILÍBRIO
Por Pedro Du Bois | 10/19/2012 10:11:00 AM em | comentários (0)
Trabalho como alpinista. Desdobro
penhascos e me faço tempestade
e neve. Complico escaladas
e despenco abismos. Sou república
e reinado: rei e vassalo. Plebeu
ensinado nos riscos da planície.
Escuto o instante abordável
das vozes ecoando pedras.
(Pedro Du Bois, BREVIDADES, 31; Editora Projeto Passo Fundo, 2012)
Deu um tiro na cabeça. A presença e a onisciência de Deus levaram-no a cometer o ato atroz. Queria estar plenamente a sós.
Pela lateral
espio além
não adianto minha visão
ao desconhecer
na lateralidade
adianto a visão
ao centro
(espaços esvaziados
são permitidos ao centro).
(Pedro Du Bois, inédito)
Eu me abandonei ali, naquele momento.