Quando retornar
- que o retorno é certo
estarei sentado à espera
do complemento de suas palavras
sorriremos
retornará ao caminho que lhe é próprio
nas incerteza dos deuses
em seus barulhos
serei o silêncio do seu regresso
na manhã encoberta por nuvens
de angústias
retornos pagam o pedágio da passagem
na transfiguração do corpo em imagens
fugidias do (ultra)passado.
(Pedro Du Bois, inédito)
Diz ser a verdade: mero
instante fragmentado
da vida
errante
ser isolado
acredita e crê
move a pedra
na redenção
e a mentira
se repete
entre todos
a verdade desnuda fatos
acontecidos e nada significa.
(Pedro Du Bois, inédito)
O rigor do corpo indetermina
a ação dos que se avançam em fome.
E se desintegra em óxidos
de que a flama
espontânea (injusta)
se encarrega.
(Pedro Du Bois, inédito)
Na noite repleta de escuros cantos
a luz espanta os corpos que se encontram
em conversas antigas de muitos anos
lances sorrateiros e o apito do guarda
que do medo retira a sua vontade
de ser encontrado em sorte ou azar
ser o irrealizado verão
de luzes
e noites quentes
fossem escuros os cantos
onde possam continuar anônimos
e o vento leve consigo os papéis
(não) é a noite o receptáculo
sazonal de legumes e verduras
chegando cedo à mesa
de quem dorme
(não) se fazem negócios enquanto a noite
se esconde em clarões humanos
de agenciadas vidas
e mortes descoloridas.
(Pedro Du Bois, inédito)