A casa esvaziada de pertences
não me pertencem suas paredesportas janelas arcos cozinhas
prédio abandonado entre tantos
argamassa concretada fria
paredes em tintas descascadas
portas de cores desbotadas
vãos desvãos escuros cantos
frágeis memórias deslembranças
entra e sai batendo a porta
o estranho bate à portanovidades entrevistas pelas janelas
chuva frio calor sol
hora certa de passarintermitente lembrança
em alterações passadas
dispostas no futuro agora
a casa esvazia sentidos
despersonifica o cansaçomistura a vida no esquecimento
desmorona suas paredes.
(Pedro Du Bois, em A CASA DIVERSA, último poema, edição do Autor, 2005)
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