Rejeito o conselho
(agasalho)
e na ilusão da água empoçada
piso na recuperação atônita da verdade
minha veracidade recebe o conselho
e o acoberta em novidades
de palavras ásperas
na voz baixa da dúvida
beijos traduzem circunstâncias
atormentadas em inflexões
do momento sem salvaguardas
rejeito o aconselhamento: movo
perigos deslocados ao vento
dos sentidos: recobro verdades
em ações e gestos agradecidos
verdades repousam incólumes
sob colunas gregas destroçadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
Esqueço o corpo enrijecido das disputas
e me apresento flácido em inerte idade
ultrapassada em tempos metafóricos
na musculatura das verdades
ao dizer do sacrifício pela força bruta
da coragem no refinamento esquecido
nas refregas pelo esvoaçar na paz perpétua
dos socorros não havidos dos descalabros
afugentados na hora verdadeira inteira
e interna fora o espírito do acaso
saliência áspera das pedras deslocadas
pelo corpo terno das promessas descabidas
em amores apáticos de derrotas derradeiras
onde o corpo sofre a passagem da flacidez
déspota dos reencontros tardios
do ciúme borbulhante das águas tépidas
no queimar invisível dos carrosséis infantis.
(Pedro Du Bois, inédito)