FINAIS

Por Pedro Du Bois | 12/31/2014 10:10:00 AM em | comentários (0)


nos tempos finais
o corpo cede ao cansaço
e a vontade abdica: fosse
rainhas e reis despóticos
imutáveis em vontades
ignoradas no todo e em parte
 
o destino não recomeça
em novos trajetos
onde o futuro revigore
o passado em desvantagem

a cena decomposta
em cenários desfeitos: o apagar
das luzes no tempo final
reapresentado: resto inaudível
no que não me apresento.

(Pedro Du Bois, inédito)

LUGARES

Por Pedro Du Bois | 12/25/2014 10:35:00 AM em | comentários (0)


não há outro lugar
onde possa ser confundido
ou diluído em líquidos
desnecessários no calvário
das ilustrações baratas. Lugar
correto para o pagamento
do atormentado passado:
epicentro em gastos
de silenciados vazios
nos lamentos inferiores
abertos ao passar
o corpo deserto
ao sabor do saber simulado;
esconderijo da sina o acerto
encontra amparo na farsa maior
das encomendas: resta o espúrio
da saudade em horas memorizadas
nos rostos de agora: não
inconstantes modos de ver
a mesma vida: outro lugar
na ilusão do espaço
tornado tempo decorrido.

(Pedro Du Bois, inédito)

PRIMEIRO SINAL

Por Pedro Du Bois | 12/17/2014 02:59:00 PM em | comentários (0)

O primeiro sinal
na espera
na escrita
no que perscruta

espaço confessado
no inconformado exemplo
desatualizado de seres
desconsiderados em ameaças

o sinal fortalece o medo
no excesso de zelo alertado
ao canto profético das cigarras

o entorno da fera se embeleza
no induzir ao erro capitalizado
na espera inicial do sinal

o primeiro sinal determina
o escuro
   no espúrio
        esperto adormecer.

(Pedro Du Bois, inédito)

CORPO

Por Pedro Du Bois | 12/13/2014 09:05:00 PM em | comentários (0)

A língua sobre o corpo
corta a corrente
sanguinea no convite
ao extremo espremer
da mão contra a força
com que se defende

a boca diz impropérios
sobre o império machista
dasabado em águas

a língua estala na boca
o progresso do encontro.

(Pedro Du Bois, inédito)

VOLTAR

Por Pedro Du Bois | 12/07/2014 12:20:00 PM em | comentários (0)


puído
o estofamento das cadeiras
os riscos no piso
o papel parede
       descorado e solto

o cheiro característico
do bolor e mofo

não cobertos os móveis
por brancos lençóis
e a poeira se revela
em grossas camadas

a lâmpada queimada.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

 

VOCÊ

Por Pedro Du Bois | 11/29/2014 02:26:00 PM em | comentários (0)


 
Enquanto trabalha sua sobrevivência
sem ousar trocar de trajeto
sem pensar em voltar
sem conhecer as circunstâncias

seu destino ocupa o vazio
siderado em sonhos bizantinos
de reencontros

a você basta o sono
prensado no corpo encoberto

 o destino é personagem menor
no esquecimento: sonho.

(Pedro Du Bois, inédito)

FRIO

Por Pedro Du Bois | 11/21/2014 05:09:00 PM em | comentários (0)

frio
ambiente hostil
rasgo indelével

    sou restrito em medos
    e sinceros pedidos de desculpas

no gelo em que me cerco
espero o ataque

              escuras formas
              me agridem
              entredentes me socorro
              em gritos e atos de contrição

sou o congelado espírito
enregelado em tosca vitória
pífia de ignorados hinos

deslizo o corpo na direção infinda
onde escondo meus restos ressurgidos

na distância entendo o respeito
de quem me cerca em proteção.

(Pedro Du Bois, inédito)

Cárcere

Por Pedro Du Bois | 11/13/2014 05:13:00 PM em | comentários (0)

O cárcere
recalca velha ideias

rabisca na parede a data
da chegada

o ambiente (hostil) o cerca
em bicho apanhado na maldade

olha para fora
sonha a saída
repetida nas palavras
                 que jurou

             um dia
                   um dia
                         um dia
                         (depois do outro).

(Pedro Du Bois, inédito)

GRANDEZA

Por Pedro Du Bois | 11/06/2014 12:21:00 AM em | comentários (0)

Grandeza decomposta
na miudeza exata
do mínimo rentável
no verme ressurgido
enquanto o corpo
decompõe sua grandeza

o ímpar número exibe
impossibilidades
contidas no átomo
do subproduto recomposto
na inteireza do gesto

mínimo acordado em sobressalto
de amigos cantando sob a janela

enormes as amizades
expostas.

(Pedro Du Bois, inédito)

PAIXÕES

Por Pedro Du Bois | 10/24/2014 08:27:00 AM em | comentários (0)

O frio da noite esconde o calor
dos corpos sobrepostos. Luxúria
nas entregas dos opostos
em esquinas. Na procura reside
o despertar. O frêmito jorra
sangue em dilatadas artérias.
A caverna recebe o líquido
e se expande na aproximação
do que procura. Acondicionado
e protegido retorna e o frio
se apresenta estéril. Horas
trazem a sensação
de outrora.  O calor afaga
o ânimo desconsiderado
em corpos separados
nos quadrantes dispersos.
No frio da noite o exagero.

(Pedro Du Bois, inédito)




HORAS

Por Pedro Du Bois | 10/16/2014 04:06:00 PM em | comentários (0)

Hora tardia das confissões
          no conhecimento dos erros
          arremetidos contra vidas
          diuturnas dos arruaceiros
          feitos estátuas vivas
                     sob o vento
                     em cálidas manhãs
                      de entretenimento e saudades

horas irresolutas de segredos em abertos
coros: a coroa simboliza o mito

                   árbitros determinam encerramentos
                   em campos opostos
                                     na passagem do andor

ardores corroem o corpo em vontades
e excessos purgam imagens

após a hora a história se repete
em trovões tardios os raios apagados
em céus atormentados
                      correntes prendem o espírito
                      em que o sempre serpenteia luzes.

(Pedro Du Bois, inédito)

IRA

Por Pedro Du Bois | 10/08/2014 12:52:00 PM em | comentários (0)

queria o vinho
a vinha
adivinhada
na ira
escondida
em bagos
espremidos

pés
pisoteiam
onde o sumo
aflora


o vinho a vinha
na raiva escondida
em canções ancestrais.

(Pedro Du Bois, inédito)

FACES

Por Pedro Du Bois | 9/28/2014 03:53:00 PM em | comentários (0)

Recebe na face
o soco da agressão

oferece a outra
ao beijo de reconciliação

a submissão demonstrada
nas faces da moeda


e recebe
coloca
e retira
é
e desaparece

a face nas razões
desavindas em águas
não poluídas.

(Pedro Du Bois, inédito)

IR

Por Pedro Du Bois | 9/18/2014 10:35:00 PM em | comentários (0)

no início
a porta entreaberta

sequência disponibilizada
em espiralada escada

o triunfo do infortúnio
no recomeçar a peça


o marco na redoma
opalina dos recados

na metade do trajeto
a desistência força
a passagem

o fim do caminho
em inscrição rupestre
de mero aparato.

(Pedro Du Bois, inédito)

A CASA DIVERSA

Por Pedro Du Bois | 9/07/2014 02:21:00 PM em | comentários (0)


A casa esvaziada de pertences
não me pertencem suas paredes
portas janelas arcos cozinhas
prédio abandonado entre tantos
argamassa concretada fria

paredes em tintas descascadas
portas de cores desbotadas

vãos desvãos escuros cantos
frágeis memórias deslembranças

entra e sai batendo a porta
o estranho bate à porta
novidades entrevistas pelas janelas

chuva frio calor sol
hora certa de passar
intermitente lembrança
em alterações passadas
dispostas no futuro agora

a casa esvazia sentidos
despersonifica o cansaço
mistura a vida no esquecimento
desmorona suas paredes.

(Pedro Du Bois, em A CASA DIVERSA, último poema, edição do Autor, 2005)

II ANTOLOGIA DA ACLA

Por Jura | 9/05/2014 09:19:00 PM em | comentários (0)


Banda um - Gilberto Gil

Por Jura | 9/05/2014 08:45:00 PM em | comentários (0)

A ÁRVORE PELA RAIZ

Por Pedro Du Bois | 9/05/2014 09:39:00 AM em | comentários (0)

6
No rio avistado
marginalizado em toras
compostas ao rebocador
no final da viagem
desenraizada
se transforma:
atorada em lanhado
destino: opera a espera
em que se transforma
no móvel da casa.

(Pedro Du Bois, em A ÁRVORE PELA RAIZ, Edição do Autor, 2009)

ANÔNIMOS

Por Pedro Du Bois | 8/25/2014 09:58:00 AM em | comentários (0)

O homem discreto
não é descrito
ou notado

a graça da vida anônima
na não importância
dos seres racionais
                  (alegres
                  tristes)
      meros transeuntes

alguém nota os passos
anota as palavras
capta os sorrisos
vigia

a desgraçada vida anônima
protagoniza parcas histórias.

(Pedro Du Bois, inédito)

LINGUAGEM

Por Pedro Du Bois | 8/17/2014 03:25:00 PM em | comentários (0)

língua natal
alterada
   obliterada
   em dialetos
   espúrios

dizem a mesma coisa
de forma entendível
no tempo presente

longe do começo
questões dispostas
em alegorias negam
a continuação

(da)

língua natal
irrepreensível.

(Pedro Du Bois, inédito)

HAVERES

Por Pedro Du Bois | 8/09/2014 07:51:00 PM em | comentários (0)

O frio em meu corpo
externo
                 oposto

universo angular
de fortes ventos
              ne ocaso
                       outono

não etéreos anjos
intercalados em falésias
de mares soturnos
          de azul celeste

estreito caminho
de espinhos e glórias
               na maneira espúria
de alarmes disparados
                          em fúria

serviços passados
na ilusória sensação
perpassada na hora
de circular atóis.

(Pedro Du Bois, inédito)

FRENESI

Por Pedro Du Bois | 8/01/2014 11:17:00 AM em | comentários (0)

O entusiasmo
impulsiona ao frenesi

alegre mente
sorridente rosto
bate as mãos espalmadas
                     contra as pernas

alegre no passar da hora
em que se surpreende

agradável dizer: surpreende
o corpo em descanso

há mais que abalos fragmentados
no espoucar dos fogos: a aliança
no dedo sela a mágica em que se transforma
                                                age
                                                e se destaca
                                               em felicidade.     

(Pedro Du Bois, inédito)                       

PERDA

Por Pedro Du Bois | 7/24/2014 03:47:00 PM em | comentários (0)

Morto corpo
em decompostas
células reaproveitáveis

o verme não se aproveita
do saber e da vontade

nem a raiva do cadáver
ou o amor perdido na passagem

absolutos não transmitimos
na morte nossas verdades

não cabe aos vermes
a execução da sentença.

(Pedro Du Bois, inédito)

CORES

Por Pedro Du Bois | 7/16/2014 02:14:00 PM em | comentários (0)

Somos cores determinadas
na insolação diária
de alturas e distâncias
                   ângulos e travessas

dizemo-nos diferentes
enunciações e somos
os mesmos em aparência

desconhecemo-nos
no que aparentamos
e temos medo quando
não nos reconhecemos

obrigamo-nos a carregar
           ódio e ignorância

na miscigenação aproximamo-nos
de todas as cores em único matiz

que a sorte não participa
dessa preocupação.

(Pedro Du Bois, inédito)

PROBLEMAS

Por Pedro Du Bois | 7/08/2014 10:01:00 AM em | comentários (0)

Resolvo problemas
questionáveis do ponto
de vista legal

processo em minúcias
de palavras oficializadas

inúteis questões
dão andamento ao caso

onde estariam as singelas homenagens
em prêmios e medalhas?

A resolução aponta segredos
e a justiça temporiza ânsias
na (última) sentença.

(Pedro Du Bois, inédito)

GUERRAS

Por Pedro Du Bois | 6/28/2014 04:29:00 PM em | comentários (0)

Sons esperados
         contados
na primeira pessoa

olhar sobre as palavras
jorradas na sequência
de guerras sangrentas
pela sobrevivência

o intermediário salto
de partes cruentas
e o sangue deixa
de jorrar: branca
morte no abandono
das ideias: retórica
reforçada pelo oficial
em comando

corpo e sangue: olhos
abertos
        a voz
           e o grito
adjetivado ao extremo

traduzir os passos
   e o medo: sem medalha
no peito: a paz não recolhida
em abraços

pendentes braços sem função
e abraços: inertes.

(Pedro Du Bois, inédito)

ESPAÇO

Por Pedro Du Bois | 6/20/2014 02:07:00 PM em | comentários (0)

Na esquerda vicejam plantas
hipopótamos transitam à direita

acima e abaixo
lesmas diminutas
em lentos deslizares

a frente
e a retaguarda

             dentro
             e fora

o entremeio no devaneio
do cofre chumbado
em elementos de estilo

sucumbe e submerge
na cor não percebida

aperta os dedos
ao estalar dos ossos

na dimensão aproximada
olham e sorriem o espaço vago.

(Pedro Du Bois, inédito)

ESPERA

Por Pedro Du Bois | 6/14/2014 09:58:00 PM em | comentários (0)

O passado perguntado
em questões anteriores
ao espírito dos corpos
vivos fascinantes e inteiros
nas mentiras racionalizadas
em brechas por onde fogem
os sentidos: por isso as respostas
entre armas de almas abandonadas
no ínfimo espaço onde transitam
e esperam o retorno das questões
arguidas nas respostas do nada
repetido de luzes e escuras
formas das árvores derrubadas
em estampidos e relâmpagos
da natureza na irrealidade do fruto
amargo em gasosos seres indevidos
na espera do entretando permitido
nas perdas consentidas e no ódio
ensinados em ervas malditas
e amaldiçoadas folhas secas
no desenho da água no copo.

(Pedro Du Bois, inédito)

ONDE

Por Pedro Du Bois | 6/06/2014 05:00:00 PM em | comentários (0)

onde o corte
expõe
o corpo interno
o externo
estabelece
limites
na dor
e no medo

o arremesso
no arremedo: juntos
na primeira leitura

onde a morte expõe a ternura
em que nos recolhe

o brilho do olhar
sobre o corpo: o corte espaça
onde somos lançados fora.

(Pedro Du Bois, inédito)

COMO SE FAZ

Por Pedro Du Bois | 5/31/2014 03:58:00 PM em | comentários (0)

Quem busca a interrogação
ouve barulhos
        cheira perfumes de mistérios
rouba instantes no discorrer horas
sobre temas perdidos na história.

Sabe-se parte e hora em sentimentos
expostos: o barro tem a reposta
de que foge: o resultado concretiza
certezas. Descomunais incertezas.

O diariamente enteposto ao rumo
e ao ritmo na negação das letras
intercaladas: sabe a importância
da pergunta e não a faz. Espera
respostas ordenadas em alas
ou álamos plantados ao longo
da estrada: as alamedas.

(Pedro Du Bois, inédito)

PROBABILIDADES

Por Pedro Du Bois | 5/23/2014 08:43:00 AM em | comentários (0)


Probabilidades em eventos similares
de mesma magnitude; tempo conspirado
em realizações das horas perdidas 
de iguais tamanhos e formas; versos
em métricas acadêmicas, dias ensolarados
das lembranças; que importa ao velho
céus estrelados? À viúva o desfecho?
Não se repetem as lágrimas da criança;
vai-se a esperança em esperas; a repetição
é desperdício cristalizado na unidade inglória
do passado; seja presente o tempo banido 
de cruzes multiplicadas em cadáveres.

Nas probabilidades do milagre, o instante;
da perdição, palavras em sorrisos; do esquecimento,
                                                    o despertar da hora.

(Pedro Du Bois, inédito)

UNIFICAR

Por Pedro Du Bois | 5/14/2014 11:15:00 AM em | comentários (0)

Ser em tantos
desenhados seres
o outro lado
no mesmo instante
do encontro

a paciência norteia a busca
onde iguais se encontram
justapostos no mesmo
e único indelével corpo

onde se esconde o outro
em outros sentimentos
         - a corda aperta o laço
            e pelas ponta o liberta -

anseia por tantos
que apenas um sobrevive
inteiro no que resta
dos fragmentos.

(Pedro Du Bois, inédito)

DUPLO

Por Pedro Du Bois | 5/08/2014 10:13:00 AM em | comentários (0)

Busca
incessante
de quem nos duplica
unos
somos sós
e frágeis
na imagem
refletida
no intercalar
das faces
no descobrir-se
na duplicidade
que nos assegura
a continuidade
e o repouso.

(Pedro Du Bois, inédito)

RESPOSTAS

Por Pedro Du Bois | 4/30/2014 11:01:00 PM em | comentários (0)

Respostas inconclusas
no último planeta encontrado
- não descoberto que lá estava -
no longo e ao longe
do trajeto em que estava
no equilíbrio de milênios

respostas traduzidas
em novas questões
de perdas e ganhos
na dúvida trazida no medo

temores não controlados
pelo cérebro cortado em tampos
memoráveis e esquecidos

o sino avisa sobre a hora de choradas
dúvidas em caixas fechadas.

(Pedro Du Bois, inédito)

OUVIDORIA

Por Pedro Du Bois | 4/22/2014 08:40:00 PM em | comentários (0)

Ouça o sinal
     escute o barulho

               cavaleiros alados
automáticos
arrastam-se pelas falhas
geológicas
        geográficas
             ginecológicas

fundem terras
confundem mares
classificam seres em pares
                         cromossômicos

realinham
reagrupam
redesenham

            ouvidos moucos
                        pouco escutados
                        nos sinais despertados
                        dos alarmes

intocáveis
retrateis
realizaveis

                    nos espíritos diuturnos
                    das desculpas.

(Pedro Du Bois, inédito)

AUSÊNCIAS

Por Pedro Du Bois | 4/16/2014 05:23:00 PM em | comentários (0)

Digam seus versos
em esculpidas medalhas

dois lados
dispostos
ao tempo

viciados
vícios

os demais
se encaminham
             ao fim
e amanhã
            - novamente -
estarão presentes.

(Pedro Du Bois, inédito)

PERMANECER

Por Pedro Du Bois | 3/29/2014 08:57:00 AM em | comentários (0)

Repete a senha
        - mesmo errada -
e tem o acesso

permitido no universo
consentido em reconhecimento

o tempo cessa
seu errôneo acesso

o universo em desdobramentos
se faz  presente em outras formas

você é senha
e acesso.

(Pedro Du Bois, inédito)

NEGÓCIOS

Por Pedro Du Bois | 3/13/2014 01:30:00 PM em | comentários (0)

ao escroque o peso feito negócio        
necessário na hora em que o golpe
anoitece o espaço vago em sua frente
               o lado fácil lhe pertence               
 honra o desafio na resposta dada      
o ataque no comprometimento do corpo
 sobre a pedra  em irremovível peso
 a consciência dos sentidos no rubro
 aquecer do rosto
          desvia os olhos do problema
sua a glória momentânea dos lucros
a impureza da matéria não importa                  
seus olhos transportam o início
em que era apenas criança.

(Pedro Du Bois, inédito)


TOSCO

Por Pedro Du Bois | 3/05/2014 02:56:00 PM em | comentários (0)

Tosco o trabalho
oferecido aos olhos
de parco reconhecimento
em obras menores

o que o artista oferece
do que aprende
e sabe

vida e arte
na visão e mãos
ao repassar os planos
dos primeiros dias

o tosco se transfigura aos olhos
do desconhecido no trabalho
referente ao começo

o artista é tosco no trabalho
que representa a continuidade.

(Pedro Du Bois, inédito)

A Bica

Por Paulo Franco | 2/28/2014 03:29:00 PM em | comentários (0)

REPRESENTAR

Por Pedro Du Bois | 2/27/2014 01:21:00 PM em | comentários (0)

Reapresentado
não é você
personagem
vívido
sobre o palco

enganado
espírito
despreparado

o tempo da incerteza
em veementes falas
intraduzíveis do ator
no repetir cenas
- desconcertadas -
em ensaiado aplauso

nada é verdade declarada
em mero truque.

(Pedro Du Bois, inédito)

CIÊNCIAS

Por Pedro Du Bois | 2/19/2014 06:44:00 PM em | comentários (0)

Números absolutos
separam o homem
do mistério

diz conhecer as estrelas
em ávido consumo de luzes
                                  e sombras

números fantasmagóricos
em nomes concedidos
na homenagem
aos que investigam

sonha encontrar
números menores
                e relativos.

(Pedro Du Bois, inédito)

NOITE

Por Pedro Du Bois | 2/09/2014 10:24:00 PM em | comentários (0)

Noite de cores
espaçadas na solidão
do espaço igualado
em imagens no opaco
e escuro vento
              estrelas nuas rebrilham luas
              historiadas entre nuvens

a caminhada estéril dos distantes
trajetos sem destino dos insones
ébrios contumazes que ficam
e sabem da inutilidade

na encomenda a urdidura
não sabe da trama clarividente
do tecido conduzido
                              preso
                              arrestado
                    desde outras épocas

o frio da noite recolhe espíritos
no apagar das luzes

                       em que resta.

(Pedro Du Bois, inédito)

Palavra muda

Por Eryck Magalhães | 2/05/2014 11:04:00 AM em | comentários (0)


Palavra muda
de cor, significado e grafia.

Palavra muda
espera
que a língua venha,
a toque 
e lhe dê o sopro
da vida.

Sol

Por Eryck Magalhães | 2/02/2014 12:05:00 PM em | comentários (0)


O Sol não nasce
a léguas de distância
nasce aqui
bem em frente a minha janela
sempre
feito um girassol
rodopiando em raios luminosos,

pinceladas de Van Gogh.

INÍCIO

Por Pedro Du Bois | 1/22/2014 11:17:00 PM em | comentários (0)

geométricas figuras
              lados
           ângulos
altura e espessura
profundidade

tridimensionais
em conjeturas
formas e volumes

não foi assim
               no início
               que o nada
               não tem forma
                            tamanho
                            e peso

o nada é tudo em ausência:
              o alarme do carro
         disparado na noite
         amostra possibilidades.

(Pedro Du Bois, inédito)

TUDO E NADA

Por Pedro Du Bois | 1/18/2014 03:32:00 PM em | comentários (0)

O tudo
e o nada

como tudo
e nada
nos cercam
e se aproveitam
da bondade
e ingenuidade

sequenciado o jugo
segue em regras
ignóbeis de vencedores
e perdidos corpos

no tudo e nada
o maniqueismo
se ausenta
em outros processos
                   histriônicos.

(Pedro Du Bois, inédito)




PROCEDÊNCIA

Por Pedro Du Bois | 1/10/2014 02:50:00 PM em | comentários (0)

Lugar algum
          traz o meu corpo
          sou espaço
                  em  pedaços
          preencho o vazio
                         em minha marca

estou presente
em você
         no sonho:
                pesa em sonhos
                a minha ausência

lugares estendidos
na flexibilização da matéria

o retorno em raios
e feixes de luzes
             sob águas
             do hemisfério.

(Pedro Du Bois, inédito)

MUNDOS

Por Pedro Du Bois | 1/08/2014 11:35:00 PM em | comentários (0)

Mundo físico
exterior
exteriorizado

meu mundo interior
interno
internalizado
inteiro

mundos complementares
administram meus conflitos
                            diferenças
                            disfarces

minha vida composta
de físico e mente
em mundos inalcançáveis.

(Pedro Du Bois, inédito)

Talvez

Por Eryck Magalhães | 1/07/2014 12:18:00 PM em | comentários (0)


Talvez
não seja,
se a tal
da vez
vez não for
vez nenhuma

Folhas

Por Eryck Magalhães | 1/04/2014 08:41:00 PM em | comentários (0)

           Preferia o livro impresso. Dele tinha o frescor e o aroma das árvores em suas mãos.

Dezembro

Por Eryck Magalhães | 1/04/2014 08:21:00 PM em | comentários (0)

Dezembro
do Natal
não me lembro.

Dezembro
o calor
faz chovendo.

Dezembro
final
ano morrendo.


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