REFÚGIOS

Por Pedro Du Bois | 1/26/2016 10:18:00 AM em | comentários (0)

Não reconheço nas flores
cores
estampadas
em cálices e corolas
frágeis

entendo as flores nascidas
no acaso com que plantadas
vicejam
e iluminam
caminhos
e refúgios

(nada mais é o jardim
além do refúgio onde me guardo
do dia mal intencionado
em barulhos e arrulhos).

(Pedro Du Bois, inédito)

TRAJETO

Por Pedro Du Bois | 1/14/2016 10:25:00 PM em | comentários (0)

o homem na janela
pergunta ao passante
sobre a origem
do destino

o passante olha o homem
na janela
      mede a distância
                  altura
                  sofrimento
                  isolamento

responde de onde vem
e para onde pretende
ir naquela passagem

o homem na janela
sorri e agradece
a gentileza

o passante vira à esquerda
na primeira esquina
         e sai de cena

(Pedro Du Bois, inédito)

LIBERDADE

Por Pedro Du Bois | 1/08/2016 07:27:00 PM em | comentários (0)

                    arapuca
                    arataca
                    armadilha

                             gaiola
                             jaula
                             acela

   quarto
   casa
   rua

              esquina
              bairro
              distrito

                   cidade
                   região
                   país

     fronteira
     estrangeiro
     gravidade

                               aonde
                                a liberdade
                                  pelo lado de fora?

(Pedro Du Bois, inédito)

A DENSIDADE DO SILÊNCIO

Por Pedro Du Bois | 1/01/2016 01:42:00 PM em | comentários (0)


O lacre encerra o ciclo. Pode ser frequente
na solidão da casa. Tem a companhia real
do fantasma absorto na cadeira ocupada
pela pessoa inexistente. Chegada. Partida.
Está e se deixa estar. Especula razões
cantantes sob a água. O espelho
repete o olhar em reflexo. Reflete
o espaço oferecido pela janela.

Não deduz da força
a ingerência com que a construção
resta inacabada. Filhos em idades
diversas. A mulher em afazeres.

Retira o peso do lacre. Reabre as razões
de estar fechado em reconhecimento. Dias

melhores ao acaso. Cala o presente.

(Pedro Du Bois, A DENSIDADE DO SILÊNCIO, 6, edição do autor, 2014)


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