PRISÕES

Por Pedro Du Bois | 5/28/2015 06:11:00 PM em | comentários (0)

não canto aos pássaros
a imitação malévola da igualdade
pseuda em reconhecimento e demora

reflito o canto através da janela
e está preso o pássaro à gaiola

prende a liberdade na condição
histórica da hipocrisia

refaço o trajeto em silêncio e o pássaro se cala
ao ouvir meus passos pesarosos na impotência
de abrir a porta metalizada em trancas e tramelas

repito a maneira desonrosa da batalha
escondido em trincheiras indecorosas

(Pedro Du Bois, inédito)

RECEIO

Por Pedro Du Bois | 5/19/2015 08:49:00 AM em | comentários (0)

avanço
   encontro a porta
    retorno na incerteza
                vívida do recomeço

caminho ambicioso da infância
sufocada no choro adulto da esperança
             - aval atravessado na garganta

o outro lado é a diferença entre palavras
(ditas e simuladas) em esforços menores
de decorados textos inoportunos (verdades)

recuo
  desencontro no porto
  a longínqua fumaça
            - o futuro queima
       em móveis caldeiras

em descaminho refaço a ventura
entregue ao desespero do retorno

(Pedro Du Bois, inédito)


MORRER

Por Pedro Du Bois | 5/11/2015 01:55:00 PM em | comentários (0)

A morte é esquecimento
relembrado em efemérides
                                 
sucessão de erros
em incômodos discursos
de aproveitamento

o corpo em ossos e cabelos
sob a terra: o enterro é espetáculo
resguardado na imaginação
de patéticas cenas

prantos guardam o espírito
renunciado ao corpo: amigos
desabrigados da companhia: transeuntes
                           cansados das notícias

o despropósito amainado em promessas
descumpridas em vida.

(Pedro Du Bois, inédito)

DIAS

Por Pedro Du Bois | 5/05/2015 11:21:00 AM em | comentários (0)

dia

outro dia
dia após dia
dias

diariamente em razões
para o recomeço
de dias recorrentes

após o dia
outro dia
além dos dias

os dias aprofundam
vidas aparentes
recomeçadas em luzes
e tormentas

(Pedro Du Bois, inédito)

PODERES

Por Pedro Du Bois | 5/01/2015 03:20:00 PM em | comentários (0)

Posso poupar                            o esforço
          e ficar                               estanque
          junto ao passeio

              posso romper o silêncio
                  em desforço            e rasgar
                  papéis ilusoriamente escritos

posso ser o primeiro corpo
          despojado             em espírito

                  posso avançar o corpo
                  sobre a cerca e derrubar
                  o fruto da árvore cativada

posso amaldiçoar o instante
          da partida          e reconhecer na vida
                                    a derrota.

(Pedro Du Bois, inédito)


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