VÉUS

Por Pedro Du Bois | 4/23/2015 11:16:00 PM em | comentários (0)


Sob o véu a irrealidade
transforma o fato em não acontecido
ato diluído em águas turvas: a cultura
se esvai em pálidos gritos
de inconsciência: o final se aproxima
ao derrubar o último obstáculo: 

    vencedor ignoto dos turbilhões
    arrefecidos em desditas horas
    das entregas do que resta

o restante se abriga em desvãos
e comanda suaves murmúrios
de inverdades em novos véus
esvoaçantes de tempos reais
na finalização de duradouros
corpos em portas e marquises
onde há menos que o interesse
na ignorante providência
aprendida no escoar de vidas

entre privilégios duradouros.

(Pedro Du Bois, inédito)


REJEIÇÃO

Por Pedro Du Bois | 4/17/2015 11:08:00 AM em | comentários (0)

Rejeito o conselho
             (agasalho)
             e na ilusão da água empoçada
             piso na recuperação atônita da verdade

minha veracidade recebe o conselho
e o acoberta em novidades
de palavras ásperas
na voz baixa da dúvida

beijos traduzem circunstâncias
atormentadas em inflexões
do momento sem salvaguardas

rejeito o aconselhamento: movo
perigos deslocados ao vento
dos sentidos: recobro verdades
em ações e gestos agradecidos

verdades repousam incólumes
sob colunas gregas destroçadas.

(Pedro Du Bois, inédito)

MÚSCULOS

Por Pedro Du Bois | 4/11/2015 04:43:00 PM em | comentários (0)

Esqueço o corpo enrijecido das disputas
e me apresento flácido em inerte idade
ultrapassada em tempos metafóricos
na musculatura das verdades
ao dizer do sacrifício pela força bruta
da coragem no refinamento esquecido
nas refregas pelo esvoaçar na paz perpétua
dos socorros não havidos dos descalabros
afugentados na hora verdadeira inteira
e interna fora o espírito do acaso

saliência áspera das pedras deslocadas
pelo corpo terno das promessas descabidas
em amores apáticos de derrotas derradeiras
onde o corpo sofre a passagem da flacidez
déspota dos reencontros tardios
do ciúme borbulhante das águas tépidas
no queimar invisível dos carrosséis infantis.

(Pedro Du Bois, inédito)

SAUDADE

Por Pedro Du Bois | 4/01/2015 06:31:00 PM em | comentários (0)


 Armadilhas armadas
em lugares singelos de contatos
irremediavelmente atraídos pelas luzes
irrisórias dos estados noturnos da saudade
arremetidos ao âmago sacrificado
dos estertores onde dores suplantam
prazeres irresolúveis dos estares
e nos prendem no inexorável túnel
onde labirintos iniciam tramas
tenebrosamente iluminadas dos caminhos
repetidos em curvas e retas desaparecidas
na passagem do corpo encarcerado no todo
com que nos apegamos à vida mesquinha
das tarefas diariamente insignificantes
de sobrevivências e silêncios conduzidos
ao fundo do poço profundo da vilania

sobreposta no gesto de saudade.

(Pedro Du Bois, inédito)


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