"Poesia é voar fora da asa" MANOEL DE BARROS

Por JURA | 10/31/2010 06:26:00 PM em | comentários (0)

nuvens pesadas deixam
minhas asas cansadas
assim poesia mal passa
do céu de casa.

"Imortais do Twitter"

Por Eryck Magalhães | 10/29/2010 08:02:00 PM em | comentários (2)


Matéria publicada pela revista Língua Portuguesa, edição deste mês de outubro, por conta do concurso realizado via twitter pela ABLetras, o twitter da Academia Brasileira de Letras. Além de publicar os três textos vencedores do concurso, a matéria também ressalta a importância da ABL  estimular a produção literária na "tuitosfera". 

das iminências

Por valéria tarelho | 10/29/2010 12:33:00 PM em , , | comentários (2)

clique na imagem para ampliá-la

Há liberdade da imprensa?

Por Fabiano Fernandes Garcez | 10/29/2010 11:11:00 AM em , | comentários (2)

por Fabiano Fernandes Garcez

Você conhece aquela anedota do rapaz que passeava próximo ao estádio do Morumbi e viu que um Pit Bull iria atacar uma criança, então um homem aparece e mata o animal, salvando a garotinha. O rapaz, comovido com a cena, se identifica como jornalista e diz que colocaria a seguinte manchete em seu jornal: São paulino salva garota indefesa de animal feroz! O homem agradece, porém diz que não é são paulino e sim corintiano, no dia seguinte a manchete é: Corintiano assassina animal de estimação!

O interessante da piada, além da brincadeira com o clichê futebolístico e preconceituoso, é a reflexão que podemos tirar das manchetes, afinal, nenhuma delas é mentira. O Pit Bull é feroz e também é um animal de estimação, porém ao escolher determinadas palavras o autor do texto acaba por revelar um determinado juízo de valor, ou seja, o fato não foi fabricado, como acontece com muitos fatos no campo do jornalismo esportivo, no entanto a forma de transmissão desse fato foi manipulada. Nenhuma escolha semântica passa incólume, cada palavra que usamos a escolhemos para servir às nossas convicções, ideais, ideologias e, principalmente, interesses.

Nestes últimos dias, período de eleição, podemos notar que as grandes instituições jornalísticas —rádios, TVs, sites e jornais—, estão preocupadíssimas em eleger seus candidatos preferidos, —é necessário dizer que a maioria prefere o mesmo candidato? Jornalistas, articulistas, colunistas, cronistas publicam em seus espaços tentativas de justificar suas escolhas eleitoreiras ou seria a tentativa de induzir o leitor? É como escolher um dos termos animal feroz ou de estimação e depois apresentar justificativas para isso.

Alguns argumentos utilizados por esses jornalistas é o fim da liberdade de imprensa, porém muitos se esquecem que o fim da liberdade de imprensa começa dentro da própria imprensa, vide o caso, mais recente, da colunista Maria Rita Kell que foi demitida por defender o Bolsa Família em sua coluna no Estado de São Paulo, outro foi a saída do jornalista Heródoto Barbeiro do comando do programa Roda Viva, da TV Cultura, por fazer uma pergunta ao candidato José Serra sobre os caríssimos pedágios das estradas paulistas, ainda na TV Cultura existe outro caso, mais antigo, a jornalista Salete Lemos foi demitida por justa causa do jornal noturno da emissora por criticar as tarifas ilícitas cobradas pelos maiores Bancos brasileiros. Há alguns meses conversando com um jovem jornalista, jovem no sentido estrito da palavra, sem a atribuição de um valor negativo como: imaturo ou inseguro, me confidenciou que duas de suas matérias foram recusadas por seu editor, uma delas, sobre problemas de uma escola estadual, porém ele conseguiria atribuir o problema, não me lembro qual era, a União, a outra não poderia ser publicada por falar mal de “nosso patrão”, o governo do Estado de São Paulo.

No dia 27/10/2010, vi a capa do jornal O Estado de São Paulo e não havia nenhuma manchete sobre o escândalo da vez: A paralisação das obras do metrô de São Paulo por denúncias de fraude na licitação da linha Lilás. O que isso prova? Que a imprensa vive sobre a ditadura ideológica de cada jornal ou emissora ou até mesmo da instituição patrocinadora desses veículos, só um exemplo o contrato do Governo de São Paulo com o Grupo Abril é de R$ 3,7 milhões. Resta saber se que ouvimos, lemos ou vemos são realmente opiniões de seus autores ou é apenas a ordem dos donos dessas instituições, porque sabemos que caso discordem não se manterão no emprego.

O jornalista Heródoto Barbeiro quando entrevistado, disse que a função da imprensa é ser neutra, porque ninguém é imparcial, pois, segundo ele, somos humanos e temos opiniões e convicções. Será que a imprensa de hoje é mesmo neutra ou está mais para cabo eleitoral?

O leitor atento e crítico tem ferramentas para diferenciar cada caso, no entanto de todos os leitores do Brasil, quantos são atentos e críticos?

Infelizmente hoje a grande mídia reflete o bipartidarismo da cena política brasileira. Político com rabo preso é encontrado aos montes, não que isso seja natural, não é, mas menos natural ainda é jornalista com rabo preso. Tenho que fazer justiça aos pequenos diários de bairro e sites independentes onde a neutralidade ainda existe e é perceptível, diante disso surge a questão nas grandes instituições jornalísticas há liberdade de imprensa?

Obs.: Todos os dados mencionados aqui são facilmente encontrados em uma rápida procura em sites busca ou de vídeos, exceto, é claro, o que contei por ter vivido ou ouvido, não mencionei nomes por colocar em risco o emprego de terceiros.

INSTANTES

Por Rhosana Dalle | 10/28/2010 04:20:00 PM em | comentários (1)

2º Lugar VARAL DE POESIAS Maringá - 600 inscritos Brasil e exterior.

INSTANTES Rhosana Dalle

Um toque na corda,
Um som,
Um assopro e apaga a vela,
Uma essência de um perfume,
Um brinde,
Um susto:

Tudo dura um instante...

Um lampejo de memória,
Um relâmpago no horizonte,
Um beijo roubado,
Uma idéia do nada:

Tudo dura um instante...

Um abrir e fechar de olhos,
Uma estrela cadente,
Um puxão na linha que amarrava o dente,
Uma palma de uma salva,
Um tiro de uma rajada:

Tudo dura um instante...

Um estalar de dedos,
Um momento de prazer,
Uma pose de foto,
Um flash,
Um milésimo,
Um centésimo,
Um décimo:

Tudo dura um instante;
E um instante dura nada,
Mas de instantes faz-se tudo...


Pindamonhangaba, Setembro 2010.






As minhas faces

Por Tonho França | 10/27/2010 08:57:00 PM em | comentários (3)

Observo a caixa onde o último charuto descansa

Há uma certa elegância no aroma do Cohiba



Ainda pousa sobre amarelados papéis

a caneta de pena importada

o relógio de bolso em ouro

(ambos herança de meu avô)



já desfiz-me de tudo que era precioso



perdi-me de muitos rostos caros e amigos

e morri um pouco em cada mulher que amei



hoje o tom escuro repousa em quase todas minhas roupas

e meu peito e braços são de cinzas e barro

sou feito de cinzas e barro

e toda essa profusão de sons, cores, pessoas

são estranhas ao meu olhar.



Relembro na pausa de um suspiro (lento)

Toda minha vida

pouca coisa restou de uma época e de mim.



Os últimos poemas ainda insistem na memória

Eles tem a alma, o ritmo e o segredo dos mares



E toda noite, condenam-me veemente

ostentando sobre as ondas, brados revoltos

em espumas claras-intensa-reluzente

A face de todos meus “eus” mortos





Tonho França

DANÇAS

Por Pedro Du Bois | 10/27/2010 12:57:00 PM em | comentários (0)

Avança o corpo
ao encontro

a música dirige os passos
entrelaçadas mãos
sôfregas

o corpo sente o avançar
do corpo

fremem
tremem
se encostam

o sofá recebe a música
onde os corpos
recomeçam.

(Pedro Du Bois, A RECRIAÇÃO DA MÁGICA, Ed. do Autor)

Para viver[:] poesia

Por Diniz.DL | 10/24/2010 03:23:00 PM em , , | comentários (2)

Durante a semana que passou uma pergunta rondou o Grupo VALEFOCO e alguns estudantes e colaboradores do Senac de Guaratinguetá: o que é poesia? Respostas foram sugeridas, caminhos indicados e eu, pessoalmente, permaneço à margem da discussão e continuo sem saber ao certo o que é essa tal poesia.
Rima pobre, rima rica, versos decassílabos, métrica, concretismo, jurandismo... tudo isso me escapa e imagino que não faz parte do saber cotidiano da maioria das pessoas. Professores de literatura e alguns escritores mais afortunados podem muito bem entender de tudo isso, mas não o resto de nós, mortais de fora das academias.
Mas (e este é um "mas" muito importante), não é bem assim que a banda toca. Aliás, o tocar da banda pode ser poesia, ao que tudo indica. Poesia é, antes de qualquer outra coisa, abrir o espírito ao mundo que nos cerca e deixar que ele nos encante, nos revolte, nos emudeça, nos faça gritar a plenos pulmões. Cada pequeno evento que testemunhamos é imenso de poesia: a infinitude do universo contida no som de uma gota de chuva atingindo a janela de vidro entreaberta numa tarde de domingo na pausa entre uma frase e outra numa conversa de amigos - aí há poesia!
A poesia, me parece, está na capacidade do ser humano em se deixar emocionar. E se a emoção puder ser vertida em palavras, se essas palavras puderem se tornar versos, se esses versos tornarem-se poemas e se esse poema tocar a alma do poeta e do seu leitor, aí sim encontraremos poesia.
Poesia não é academia, não tem regras, não tem lei: ela tem ritmo, tem equilíbrio e tem sentimento - coisas que falam ao espírito das pessoas, não necessariamente à razão. Traz consigo imagens belas, grotescas, sublimes, chocantes e cotidianas, mas sempre com um "não-sei-bem-o-quê" que nos toca. E, como afirmou o amigo Jurandir Rodrigues, ela comunica algo de universal sobre o cerne do que é ser humano.
Em contrapartida, o ser humano, isso a que se pode chamar de condição de nossa existência, é extremamente dependente da poesia: por meio dela suportamos as dores de um amor terminado, gritamos contra as injustiças do mundo e, quando a inteligência e a criatividade permitem, protestamos contra os desmandos de nossos irmãos sem que eles percebam.
Há algo de simbiótico entre a poesia e a humanidade e esta não existiria sem aquela. Se no fim da semana que passou apenas uma pessoa tiver chegado a uma percepção semelhante, fico convicto de que o trabalho dos poetas caminha na direção certa: uma alma salva vale por um milhão.

nestor_desenhos.avi

Por Nestor Lampros | 10/22/2010 07:28:00 PM em | comentários (1)

MINHAS LÁGRIMAS

Por JURA | 10/22/2010 10:48:00 AM em | comentários (3)

minha lágrima é mais norte que sul
mais noite que girassol da cor de seu cabelo.
mais norte que sul mais Minas que mar
mais serra, mais Bocaina que retidão.

minha lágrima é mais forte que nua
mais açoite e mais torta que zelo
mais morte que tudo, lapídar
mais espera, mais faina que mansidão.

Feira itinerante de troca de livros no Senac de Guaratinguetá

Por Eryck Magalhães | 10/21/2010 01:41:00 PM em | comentários (0)



FESTIVAL DO LIVRO
Semana de incentivo à leitura

| FEIRA ITINERANTE DE TROCA DE LIVROS |

Outubro de 2010

Realização:
SENAC e Grupo VALEFOCO

Apoio Cultural:
Jornal O Lince, C.S.A Sítio do Juca, Sila Produções, Dep. de Cultura de Guaratinguetá


DIA 18/10 – segunda-feira:
– 19h30 - Abertura com apresentação do “Sarau Cênico” realizado pelo Grupo Dell’arte Companhia Teatral, sob direção de Souza Heiras.  
– 20h30 – Literatura na tela – Machado de Assis  Uns Braços
– 21h30 – Sorteio de livros dos selos Vale em poesia e Três por quatro, editora Multifoco.

Dia 19 – terça:
– 19h – Sessão de autógrafos de autores de Cachoeira Paulista. LivrosAcontecência, do poeta Jurandir Rodrigues, e O Expectador da Vida, do artista e escritor Jurandir Fábio Monteiro, cujas obras (quadros e esculturas) estarão em exposição durante o evento.
– 20h30 – Palestra com Prof. Jurandir Rodrigues: Literatura X Tecnologia.

Dia 20
 – quarta: – 19h – Sessão de autógrafos com a autora mirim : Sofia Helena Barbosa Lourenço (Palavra de criança – Aparecida, SP)
– 20h  – Sessão de autógrafos dos poetas guaratinguetaenses Tonho França, livro O bebedor de Auroras  Dora Vilela, Bordados do Avesso.
– 20h50 – Palestra com o professor e poeta Adams Alpes – Revisão:linhas e caminhos

Dia 21 – quinta:
– 19h – Tributo a José Afonso de Freitas, poeta de Aparecida, autor do livroAquém do Lago Azul.
– 20h30 – Sessão de autógrafos dos livros Ecos e outros versos, Eryck Magalhães (Guaratinguetá), e Prometo ser breve, do contista Wilson Gorj (Aparecida).

Dia 22 – sexta-feira:
– 19h – Prof. Clebber Bianchi ministra  Oficina: Poesia não!
– 20h15 – Sessão de autógrafos com os poetas Clebber Bianchi, autor deÀ medida dos Tempos (Taubaté), e Fabiano Fernandes Garcez, Diálogos que ainda restam (Guarulhos, SP).
– 21h – Ciranda de poesia com os poetas da editora Multifoco.
– 22h – Encerramento com novo sorteio de livros.

A semana toda acontecerá a Feira Itinerante de Troca de Livros.

CIVILIZAÇÃO

Por Pedro Du Bois | 10/21/2010 01:24:00 PM em | comentários (0)

...
palavras depositadas onde a vista alcança
a vergonha recolhida em cálices quebrados
de tintos vinhos indignados das ultrapassagens
dos cortes
das elipses
das metáforas
diariamente esquecidas em cofres lacrados
abafados
retirados
acontecidos
em choros contritos onde a miséria reacende
o mistério em que não reaproveitamos
o caminho: a violência se apresenta
e se diz dona dos espaços em branco
vagos nas desinformações constantes.

(Pedro Du Bois, POETA em OBRAS, Vol. I, Edição do Autor, fragmento)

ACONTECÊNCIA

Por Poeta Clebber Bianchi | 10/18/2010 09:04:00 PM em | comentários (1)

ACONTECÊNCIA


A mulher que chora,

em meio aos galhos retorcidos e secos
que invadem enxeridos a janela
de um quarto triste e de meia cor
meio verde bolor meio marrom poeira
fortemente desprotegido pela porta,
simples, de bambus unidos a barro à força das mãos
e desenfeitado por um retrato sem sorriso
de cores desbotadas de uma mãe-filha e de um filho-pai
que apontam no peito seus corações de desenho pressupondo fé,
fé que não se tem no telhado a aguardar a próxima chuva
que molhará o lençol remendado pelo tempo,

ajoelhada ao pé manco da cama velha
sem saber o que esperar do amanhã
a mulher se recorda que esqueceu de sonhar ontem

A deixei ali
chorando

eterna acontecência.

A LUA EM FORMA E CONTEÚDO

Por Poeta Clebber Bianchi | 10/18/2010 09:01:00 PM em | comentários (0)

A LUA EM FORMA E CONTEÚDO

Lua
Luada
Enluarada
Linda Lua
Enluarada Lua
Enluarada lua
Linda Lua
Enluarada
Luada
Lua

Às minguas das noites
um pio de coruja solitária
na torre da velha igreja barroca

Cheia, somente a cama,
de espaços preenchidos
com tecidos de Angola

Agora, vejo crescente
horas rápidas que, como legendas,
traduzem nosso tempo

Nova é a solitária poesia noturna
sem lirismo contido
mas à companhia da lua

HOMEM TORTO

Por Poeta Clebber Bianchi | 10/18/2010 09:00:00 PM em | comentários (0)

HOMEM TORTO

Alguns livros sobre a cama
Algumas lembranças na memória
Algumas palavras soltas no vento...
outras na cor do tempo

A solidão acompanha
o homem torto caído na cama
e a genética africana
assola seus sonhos

Fora do quarto,
a sociedade inflama
suas emoções

_ A culpa é dela!

HOMEM RELÓGIO

Por Poeta Clebber Bianchi | 10/18/2010 08:57:00 PM em | comentários (0)

HOMEM-RELÓGIO

Há mãos que tremem diante do já
Um já tão completo de agora
que transforma o daqui a pouco
em reflexo do que já foi
Esta é a escassez do homem
aquele cuja face conta histórias
de sonhos que não viveu.

As histórias são fatos, lembranças ou imaginações
que o tempo se encarregou de
fazer escorregarem entre os dedos
restando somente reflexos
Somos todos
um imenso emaranhado de ponteiros
em relógios que não sabem a hora de parar

Tudo em volta é um grande daqui a pouco jaz.

interlúdio

Por valéria tarelho | 10/18/2010 09:01:00 AM em , , | comentários (3)

Madrugada Interdita I

há uma
loba lua
de língua lábil
a lamber
libido-lembranças
no lóbulo
do olvido

há uma
felina dúvida
que arranha
uma ursa sina
que abocanha
uma víbora sanha
assaz
tirana

duvido do bis
do vis-à-vis
da lábia vez
(au
daz)
que ainda uiva
idas luas
insinua
íntimas unhas
crava nu[n]cas
inocula
sua peçonha

façanhas
de um céu insone
sobre insignes
arranha-cios


valéria tarelho

* imagem: Madrugada Interdita , de Carlos Botelho

Em nosso tempo...

Por Diniz.DL | 10/15/2010 09:23:00 AM em , , | comentários (0)

Eu não rezo. Costumo conversar muito comigo mesmo, com as plantas e com os animais (inclusive os humanos), mas não sou panteísta - penso eu. Muito me interessa conhecer as crenças das pessoas e aprender um pouco mais sobre as várias denominações religiosas que existem. Mas não me interessa tanto saber se fulana ou sicrano comungaram na missa de domingo antes de continuar a campanha "em favor da vida, da família e da liberdade".
O discurso dos candidatos assumiu um tom absurdamente reacionário, em diversas ocasiões, e as lideranças religiosas buscam compromissos de candidatos na manutenção daquilo que eles acreditam ser o correto - a tal "Verdade" (letra maiúscula e embasado nalgum livro sagrado sem revisão editorial há quase dois mil anos).
Temas como união de pessoas do mesmo sexo, legalização de drogas, liberdade de expressão e religiosa e o aborto são de grande relevância no âmbito religioso e as opiniões das pessoas que representam a parcela temente a algum deus podem e devem ser manifestas e levadas em consideração. O que não se pode admitir é a hipocrisia de se buscar uma aproximação com ditas facções religiosas (a nomenclatura diz somente com as cisões dentro das crenças, não fazendo alusão a movimentos terroristas ou criminosos), ainda mais quando se percebe nisso um interesse eleitoreiro.
Programas de partido e de governo foram reescritos, discursos no horário eleitoral quase ganham tom de pregação e são enaltecidos valores que até pouco tempo não teriam tanta relevância.
A discussão daqueles temas listados acima não é monopólio da fé e o Estado não pode assimilar tal perspectiva. Há que se possibilitar a abertura do debate e considerar o que toda a população anseia. No caso que considero menos polêmico, a união civil de pessoas do mesmo sexo, não vislumbro qualquer impecilho à inovação legal. A lei brasileira pode normatizar tal união, especialmente a fim de resguardar os direitos dos conviventes e, talvez, até mesmo possibilitar a adoção e regulamentar a guarda da criança, sem que seja afetado o Direito Canônico - a lei brasileira não poderá, assim, forçar a Igreja a casar pessoas do mesmo sexo... e fica cada um na sua.
Poderia ainda ser o caso de ouvir o que a população tem a dizer, convocando referendos ou plebiscitos e determinando, de forma patente, o que demanda a maioria da população em temas mais polêmicos como a legalização de drogas ou o aborto.
No fim das contas, cabe ao eleitor depositar sua fé nalgum dos candidatos e esperar que eles sejam caridosos o bastante com o povo brasileiro e realizem um governo verdadeiramente bom. Graças a Deus.

EXÍLIO

Por Pedro Du Bois | 10/12/2010 10:58:00 AM em | comentários (0)

No exílio em mim mesmo

passeio tranquilas saudades

em parques verdejantes. Viajo florestas

e mares. Estou na solidão da espera:

avisto navios ao longe.

Não tenho curiosidade em aportar

ao marujo e pedir noticias.

Não é minha hora de chegada.

Retorno na calmaria: ondas

maravilham a terra escorraçada,

meu corpo ilhado em pedras.



Chegar é mistério atravessado ao fio

do desencontro.

(Pedro Du Bois, inédito)

NÚMEROS RECONTADOS

Por Pedro Du Bois | 10/12/2010 10:52:00 AM em | comentários (0)

Vinte e um anos
turbulência e insegurança:
anseia que repitam
de forma doce
o amor e o ardor
que como fogo
o consome

sonhos eróticos de pernas
e peitos em segredos
e intimidades

participa: olha
e espia

sonha realidades
em saudades e lembranças

(in)compreendido amor.

(Pedro Du Bois, NÚMEROS RECONTADOS)

Os perderes

Por JURA | 10/11/2010 11:38:00 AM em | comentários (0)

Prazeres menores
Fúteis fazeres
Dizeres noutrora
Sérios saberes.

A Flecha Lançada

Por Vitor Berigo | 10/09/2010 12:06:00 AM em | comentários (0)

Minhas pálpebras lentamente caem...
Estou sob o efeito lunar.
Doçura... Isto mesmo!
Farelos doces caem da lua.
Estou recoberto da docilidade dos sonhos encantados.

(Assim são as poesias que os anjos entregavam).

Nua chuva

Por Duda Araújo | 10/04/2010 01:09:00 PM em , , , , | comentários (0)

A noite, de madrugada
Na rua, na calçada
Na rede, no embalo
Vem menina
Na chuva
Se molhar

O seu olhar
Sereno
A me olhar...

Todos os beijos
Comemorar

Te conhecer
e te deixar na chuva
é te ter
Eu sou a gota
nos seus lábios
me precipito
pra chegar
e te ver


Hoje é o dia
Deixe-se tocar
mesmo de longe
pra nos alegrar
viajar num segundo
esquecer do mundo
e voar


Duda Araújo

O NOME PROVISÓRIO - 2

Por Pedro Du Bois | 10/04/2010 11:59:00 AM em | comentários (0)

A pilhéria após o almoço
.....................lento engano: o lustre
...............................desligado
...............................na luz do dia.

...............................Durante o jantar a pilhéria
...............................renovada em pratos
..................................................revela inverdades.

.....................Não me interesso pelos nomes
.....................arremessados ao fundo da sala.

...............................A noite recolhe as luzes
...............................e o lustre permanece
...................................................intocado.

(Pedro Du Bois, A PALAVRA DO NOME)

Dorme donzela

Por Duda Araújo | 10/02/2010 09:13:00 PM em , , , , | comentários (1)

Dorme donzela
Que a sua janela
Não há de abrir

Dorme donzela
Que lá na capela
Teu sono ainda vela
Um anjo a sorrir

Sem cair no abandono
Sem deixar de existir
Toda a luz dos teus sonhos
Na esperança há de vir

Dorme que a sorte
Há de sorrir-te com jeito
Há de trazer-te um dia
O teu amor perfeito

E o brilho dos teus olhos
Recuperando a plenitude
Há de refletir
A tua eterna juventude


Duda Araújo

Eleitor negro

Por Eryck Magalhães | 10/01/2010 11:02:00 PM em | comentários (1)

Só sabia de uma coisa, seu voto não seria em branco.

Cafezin

Por Duda Araújo | 10/01/2010 10:36:00 PM em | comentários (1)

Ninguém acredita
Que eu tome café sem açúcar
Uns dizem argh, outros urgh
Me dão adoçantes
e olhares estranhos
Se é normal
Se é expresso
As vezes se espantam
Quando peço
E ainda me estranham
Acham graça, duvidoso
Que meu café sem açúcar
Continue gostoso
Pois a vida pra mim já é doce
e mesmo se não fosse
Meu café continuaria
Em casa ou
Na padaria
Com o gosto verdadeiro
Sem tirar nem por
Pois eu curto o sabor
do meu café brasileiro


Duda Araújo


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