APÓS

Por Pedro Du Bois | 9/30/2011 10:10:00 AM em | comentários (0)

O primeiro homem
                   pensou sua sobrevivência

              sobreviveu ao homem
              - ainda bicho -

                   o segundo homem

tem a consciência
de esconder o bicho
ainda homem.

(Pedro Du Bois, inédito)

odara

Por JURA | 9/26/2011 12:08:00 PM em | comentários (0)


Ela chegou sorrateira, tímida e com medo. Agora já corre pelo quintal como se fosse dela e se enrosca e dorme próxima deles como se os conhecesse de longa data. Odara. Veio pra ficar.

Caminha

Por Eryck Magalhães | 9/23/2011 11:28:00 AM em | comentários (1)

No caminho que ninguém caminha
Pero Vaz caminha
na sua caminha
só indiazinha.

Por Cláudio Costa | 9/22/2011 09:12:00 PM em | comentários (1)

fINal FELIZ
Combinou que ao acordar faria o café.
A mesa estava posta
Uns trocados
Um bilhete
o vazio
eu

UM DIA

Por Pedro Du Bois | 9/22/2011 05:09:00 PM em | comentários (0)

O absurdo considerado
no limite
da troca: vida
               e morte

(um dia quando o último
 for embora ainda ouviremos
              o silêncio mortífero
                             da canção).

(Pedro Du Bois, inédito)

O Próprio Amor

Por Vitor Berigo | 9/20/2011 04:34:00 PM em | comentários (1)

Dos vasos suspensos
regados por seu nome
é colhido o olhar de alegria.
Há vida.

A rosa colhida no mais íntimo do meu jardim
foi rejeitada feito capim.
Num copo esquecido, sobreviveu
a lembrança du'm sorriso.

A rosa não teve nome
só motivos

e morreu.


(Vitor Berigo)

Um apanhado de microcontos e alguma poesia:

entra numas (para Netinho)

Por JURA | 9/17/2011 11:11:00 PM em | comentários (1)

tinha cada uma
maior que a outra
tinha outras
com cada uma
e tinha você
que me deixava numas.

SOM E IMAGEM

Por Pedro Du Bois | 9/14/2011 11:42:00 AM em | comentários (0)

Integro o espaço
circular da imagem:

     a escada
     o sofá
     o automóvel
     o inseto
     o pássaro
     a infrutífera árvore
                        ressecada

(escuto o som: não tenho a imagem)

     entrego o corpo ao cansaço
     e no sofá onde sentado
     aguardo o final do som
     na recuperação da imagem.

(Pedro Du Bois, inédito)

Estátua

Por Eryck Magalhães | 9/13/2011 12:16:00 PM em | comentários (0)

(Foto de Eryck Magalhães, Cemitério dos Passos, Guaratinguetá-SP)

Aquela estátua sempre estivera ali, imóvel, fria e cinza. Guardava dela uma vaga lembrança de infância, quando em dia de finados ia com meus pais visitar os falecidos entes da família. No entanto aquela foi a primeira vez que realmente a olhei, ou ela olhou para mim. Não havia ninguém por perto, o cemitério estava vazio. Apenas eu e ela. Aproximei-me um pouco e pude conferir seus contornos, os ombros curvados.  O cotovelo sobre uma das pernas servia de apoio para o braço que sustentava a mão cujos dedos, entrelaçados aos cabelos, amparavam a fronte. Em sua superfície, principalmente perto dos ombros, havia uma camada de musgo. Num ímpeto a toquei. Não sei se a intenção era a de confortá-la, acalmá-la ou até mesmo a de acariciá-la. Enfim, a toquei. O musgo que lhe cobria era como se fosse um manto de veludo, assim eu o senti com as pontas dos dedos. Por um momento, quase que senti seu tronco arfar como em um suspiro profundo. Um vento frio passou por mim. Ajustei meu casaco ao corpo e parti.
Assim como a mulher de Ló, não pude deixar de olhar para trás. Entretanto a estátua era ela. Não nego que tive vontade de ficar ali, imóvel, contemplando-a, mas o vento me soprou adiante. Carrego dela esta última imagem na retina. Às vezes, ela me aparece em sonhos dos quais não me recordo muito bem. Ela nunca fala, as vestes sempre as mesmas. Seus longos cabelos frente à face me impedem de admirar suas feições, mas sua energia me atrai feito imã. Sei que mais dia menos dia vou ter que voltar lá para visitá-la. Não sei quando. Hei de vê-la e, desta vez, contemplar seu semblante. O rosto, quero ao menos um esboço de sorriso, a tez de pétala de rosa branca, os olhos cintilantes.  Eu, o anjo e ela, Santa Teresa. De nós, o êxtase.

TANGRAM TEIA DE IDÉIAS: A UMA MOÇA QUE PASSA

Por Unknown | 9/12/2011 10:58:00 PM em | comentários (0)

Por Cláudio Costa | 9/12/2011 08:40:00 PM em | comentários (0)

1ª Pessoa.
Ele concordava que tinha o mundo em si.
Úlceras,
pasmos vermes.

XADREZ (11 de setembro)

Por W.G. | 9/11/2011 11:09:00 AM em , , | comentários (3)

Enquanto os grandes mexem suas peças

derrubando torres
manipulando bispos
enforcando reis

entre cavalos e peões,
os pequenos movem suas vidas,

cada um no seu quadrado.

Chuva noturna

Por Tonho França | 9/10/2011 11:13:00 AM em | comentários (2)

. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
barullho no telhado
deus aborta fetos de anjos



Tonho França

Por JURA | 9/07/2011 09:24:00 PM em | comentários (1)

7 de setembro, cães ladram por independência.

CORPOS

Por Pedro Du Bois | 9/06/2011 11:02:00 AM em | comentários (1)

A terra recebe
o corpo: a terra
cobre o corpo
depositado

na terra o corpo
se compraz
em decomposição

na terra o sentido original
do corpo descompensado
ao estágio anterior
da criação

o barro ressecado estala pedaços
do corpo putrefato: na superfície
entre flores a lembrança
se oferece ao mistério: o corpo
                                 trespassado.

(Pedro Du Bois, inédito)

A QUALQUER HORA

Por W.G. | 9/05/2011 08:23:00 AM em , , | comentários (1)



Em tarde, ser.
À noite, ser.
A manha é ser
o que somos
a qualquer hora.

Justificativa

Por Eryck Magalhães | 9/01/2011 01:45:00 PM em | comentários (0)


Porque sem o branco do papel
e o negro da tinta
não haveria este poema.

(Eryck Magalhães, Ecos e outros versos, 13)


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