(DES)TEMPO

Por Pedro Du Bois | 6/30/2011 04:18:00 PM em | comentários (1)

Do passado pressente
o que a memória lembra
na identificação dos rostos
                                    lugares
                                         datas

do passado mente o não acontecido
lembranças nas versões dos fatos

verdades sobrepostas
no verdadeiramente exposto
de onde retira o âmago
angustiado de estar aqui
        
                fantasma iluminado
                de vidas inalcançáveis

do passado sente a expressão
do gosto: a criança ressurge
no tempo na imagem esperada.

(Pedro Du Bois, (DES)TEMPO, Edição do Autor)

DA JANELA texto e foto Jurandir Rodrigues

Por JURA | 6/23/2011 01:09:00 PM em | comentários (2)





Da janela eu vejo
ele escorre lento
esbarrando liso, calmo
trafegando seguro
em busca de tudo
tudo que vê pelo tudo.
Da janela eu vejo...

DROPS

Por W.G. | 6/22/2011 09:53:00 AM em , , | comentários (3)

Para ferir
qualquer palavra
é pedra.

Na boca
de quem ama
derrete-se a dureza:

palavras exalam
hálito de flores.

ARTE

Por JURA | 6/21/2011 04:25:00 PM em | comentários (0)

Toda arte me assombra
me dá sombra pro estio
Arte me afronta
Náusea me arrepio.

O NASCER DOS ARES E DOS PÁSSAROS

Por Pedro Du Bois | 6/21/2011 12:47:00 PM em | comentários (0)

Nos finais de tardes
pequenos pássaros
fazem do telhado
refúgio

tempo de espera
de irem aos lugares
do sono

árvore
árvores

pássaros esperam
as horas em lentos
voares extensos
versos de obrigado
e domingos repletos
de nada.

(Pedro Du Bois, O NASCER DOS ARES E DOS PÁSSAROS, Vol. II, 42, Edição do Autor)

PLANTIO

Por W.G. | 6/21/2011 09:30:00 AM em , , | comentários (1)

A poesia,
flor desabrochando
no meu cotidiano.

Com os dedos da linguagem
tento colhê-la
e quem sabe
plantá-la
no vaso das palavras.

Sobre mulheres e procissões

Por Tonho França | 6/19/2011 12:46:00 PM em | comentários (5)

Sobre mulheres e procissões


As mulheres da rua quinze saem em procissão
Levam no andor carcomido uma santa em sal e rosa
Em coro as vozes desafiam ladainhas e confissões
Nunca amaram de verdade as mulheres da rua quinze
Nunca viveram de verdade
Nunca pecaram intensamente
São apáticas e mornas as mulheres da rua quinze
Não há perdão na mediocridade
Chove forte sobre o andor, a santa se desfaz
A rosa voa aos céus, o sal amarela no canto da calçada
Nunca mais saíram de casa as mulheres da rua quinze

Tonho frança

não sei nada azul

Por JURA | 6/19/2011 11:01:00 AM em | comentários (2)

“Eu não sei se vem de Deus do céu ficar azul”
Eu não sei se vem do azul de Deus ficar por aqui.

Por Tonho França | 6/18/2011 10:51:00 AM em | comentários (2)

Todo verso sangra


todo verso fere

todo verso acaricia

alivia a febre

todo verso é ânsia

premência de vida

erupção,estopim

a cada verso

mais adentro

mm mim

Mais próximo

De um novo

começo ou fim...



tonho frança

Arritmia

Por Eryck Magalhães | 6/18/2011 12:06:00 AM em | comentários (1)

O sentimento muda tal qual nuvem.

O mesmo amor que desarma,
arma...

O bem-querer que acalma,
desalma...

O abraço que afaga,
afoga...

Coração é folha seca,
pena de passarinho à deriva,
quem traça o caminho é o sopro do vento.

(Eryck Magalhães, Ecos e outros versos, 44)

necessidades

Por JURA | 6/17/2011 05:28:00 PM em | comentários (1)

Cigarro queimando, corroendo o que resta de solidão e melancolia.
Bebida forte, sem gelo, aquecendo o tédio e a angústia.
Um blues, agoniado, ritmando a aflição e o tormento.

Homenagem ao 123º Aniversário de Fernando Pessoa

Por Fabiano Fernandes Garcez | 6/13/2011 03:31:00 PM em | comentários (1)


Navegar é Preciso

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:    


"Navegar é preciso;  viver não é preciso". 


Quero para mim o espírito [d]esta frase,   
transformada a forma para a casar como eu sou: 


Viver não é necessário;  o que é necessário é criar. 
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.  
Só quero torná-la grande,  
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. 


Só quero torná-la de toda a humanidade;   
ainda que para isso tenha de a perder como minha.  
Cada vez mais assim penso. 


Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue   
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir  
para a evolução da humanidade. 


É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

AZUL

Por JURA | 6/08/2011 06:24:00 PM em | comentários (2)

minha poesia
é quase nula diante
de um dia tão AZUL.

A NECESSÁRIA PARTIDA

Por Pedro Du Bois | 6/07/2011 10:42:00 AM em | comentários (0)

Desde quando me fiz início
sei da necessidade
da partida. Desde então
me acoberto em espaços
que não me pertencem
em busca do que
me nego ao necessário.
Fosse eu a permanência.

(Pedro Du Bois, A NECESSÁRIA PARTIDA, Vol. I, dedicatória, Edição do Autor)

Cheiro de saudade

Por Eryck Magalhães | 6/05/2011 03:58:00 AM em | comentários (0)

             dedicado à avó Maria


cheiro de mexerica

e o aconchegante sol de inverno

só não era mais aconchegante

que a companhia de minha avó

REMINISCÊNCIAS

Por Pedro Du Bois | 6/01/2011 01:58:00 PM em | comentários (0)

A vida sem replay,
flahback, cortes de cena.

Dias monótonos em repetições.
A audácia comum aos sedentários.

Esportes radicais, emprego
de astronauta. A multidão
cerca o palco, carros
ultrapassam trezentos
quilômetros por hora.

Vida envelhecida em repetições.
A sensação de tédio e raiva.

Não mais cantar: saltar.
Não mais viajar ao espaço.

Apenas: deixar-se ficar
no alpendre onde replays
e flahbacks se eternizam.

(Pedro Du Bois, DAS DISTÂNCIAS PERMANENTES, Edição do Autor)


O conteúdo desta página requer uma versão mais recente do Adobe Flash Player.

Obter Adobe Flash player

Feeds RSS

Receba as novidades do Vale em Versos em seu e-mail

Livros do Vale

Apoiamos

Adicione

Arquivos