Todo poema
deveria ser escrito de vermelho
para saltar aos olhos dos que lêem.
Vermelho, mas não de sangue
vermelho apenas.
Poema é desabafo
aquilo que dentro do poeta não cabe mais
não é lamúria, sussurro ou suspiro,
é grito estertoroso de suicida
o leite que fervendo escorre leiteira afora
atingindo a chama
se juntando a ela
mas não a apaga
a alimenta.
Poema é ponta de faca furando barriga
o primeiro raio de sol que rasga a vista
dói, dói, incomoda
mas é sublime.
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