IMÓVEL

Por Pedro Du Bois | 5/09/2013 08:40:00 PM em |

trago a continuação do que se desespera
friamente na mão que se encerra e destaca
o troco com que se ofende: é destino
estar em olhos vazados ao ser ausência

apenas o que trago: negócios vendem ódios
e trabalhos. relicários desfeitos em crenças
de que problemas se resolvem em dízimos
e a benção se esfumaça no ar pesado
da reação diversa à receita

trago na imobilidade a chegada das horas
em que versos se apresentam estéticos
em simples palavras
catadas no chão úmido
de dividos espaços na vinda
vida ávida e aurora despontam
em espantado pó sobre a mesa
onde ponho o trazer e o desprazer
                                 da não viagem.

(Pedro Du Bois, inédito)

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