trago a continuação do que se desespera
friamente na mão que se encerra e destaca
o troco com que se ofende: é destino
estar em olhos vazados ao ser ausência
apenas o que trago: negócios vendem ódios
e trabalhos. relicários desfeitos em crenças
de que problemas se resolvem em dízimos
e a benção se esfumaça no ar pesado
da reação diversa à receita
trago na imobilidade a chegada das horas
em que versos se apresentam estéticos
em simples palavras
catadas no chão úmido
de dividos espaços na vinda
vida ávida e aurora despontam
em espantado pó sobre a mesa
onde ponho o trazer e o desprazer
da não viagem.
(Pedro Du Bois, inédito)
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