Nos olhos repouso
o fundo me guarda
tal cisco lacrimejante
estou em seus olhos
e o momento da contração
contrafaz a imagem
onde me colorizo
em prismas diversos.
(Pedro Du Bois, inédito)
Na palavra
oco som
repetido
serve aos bandidos
         aos soldados
aos amigos
aos santos
a palavra aumenta a fúria
da tempestade e faz rugir
o medo da seriedade
na palavra
o som
repetido
serve de acolhida
na entrada
como loucura
e noite.
(Pedro Du Bois, inédito)
Somos apenas chapéus
sobre as cabeças
poderíamos ser sóis
secando a grama
na proteção
o ataque
com que a defesa
parte o destino
o chapéu e a cabeça
protegem do frio
o calor dos meninos
os sóis fazem sua parte
e se mostram longe
ao contato.
(Pedro Du Bois, inédito)
Da boa água
os patos
     distantes
     não se interessam
flutuo na queda
(olhos abertos)
      minhas mãos imitam
      movimentos
      estou calado
longe 
nuvens cobrem 
as luzes
patos passeiam indiferentes
alimentados e fartos
ofertado
cedo ao impulso
             meu corpo desce
sob a superfície do encontro
            
o barulho dos patos
é a minha ausência.
(Pedro Du Bois, inédito)



