Recebe na face
o soco da agressão
oferece a outra
ao beijo de reconciliação
a submissão demonstrada
nas faces da moeda
dá
e recebe
coloca
e retira
é
e desaparece
a face nas razões
desavindas em águas
não poluídas.
(Pedro Du Bois, inédito)
no início
a porta entreaberta
sequência disponibilizada
em espiralada escada
o triunfo do infortúnio
no recomeçar a peça
o marco na redoma
opalina dos recados
na metade do trajeto
a desistência força
a passagem
o fim do caminho
em inscrição rupestre
de mero aparato.
(Pedro Du Bois, inédito)
A casa esvaziada de pertences
não me pertencem suas paredesportas janelas arcos cozinhas
prédio abandonado entre tantos
argamassa concretada fria
paredes em tintas descascadas
portas de cores desbotadas
vãos desvãos escuros cantos
frágeis memórias deslembranças
entra e sai batendo a porta
o estranho bate à portanovidades entrevistas pelas janelas
chuva frio calor sol
hora certa de passarintermitente lembrança
em alterações passadas
dispostas no futuro agora
a casa esvazia sentidos
despersonifica o cansaçomistura a vida no esquecimento
desmorona suas paredes.
(Pedro Du Bois, em A CASA DIVERSA, último poema, edição do Autor, 2005)
6
No
rio avistado
marginalizado
em toras
compostas
ao rebocador
no
final da viagem
desenraizada
se
transforma:
atorada
em lanhado
destino:
opera a espera
em
que se transforma
no móvel da casa.
(Pedro Du Bois, em A ÁRVORE PELA RAIZ, Edição do Autor, 2009)
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