Da chave possuo o segredo:
mistério entreaberto
na porta solidificada
de onde estou
até você
o tempo se transforma
em distância
e nos afasta
em passados sentimentos
despossuído em marcas assinaladas
do que chamo tempo me agarro
em lembranças encordoadas
o corpo pende no espaço
e derrubo em segredo
a chave em que me revelo.
(Pedro Du Bois, inédito)
Consagro o último dia
ao novo
recomposto
esquento a comida
na panela abatida
sobre a mesa
o calor do corpo esvaído
em novos pensamentos
e promessa.
(Pedro Du Bois, inédito)
Por Cláudio Costa | 2/15/2013 12:10:00 PM em | comentários (0)
Meu nome é maria:
do lar, casada e virgem
Meu nome é Maria,
não das graças e nem dos prazeres,
só das Dores
Por Cláudio Costa | 2/15/2013 12:09:00 PM em | comentários (0)
AUSÊNCIA
Pensava ele ao fazer e desarrumar as malas:
Os cacos aos poucos cristalizarão, mas o que fazer quanto ao pó
em que transformara a alma?
Por JURA | 2/09/2013 01:29:00 PM em | comentários (2)
Não limpo
a terra: o pecado
infecta
o mistério
limpo a mente
da guerra reducionista
das ideias
o pecado repete
a sequência
das sentenças
não limpo
a terra: esclareço que a música
não me conduz ao centro
o paralelismo me conforta
e da guerra retiro seus enfeites.
(Pedro Du Bois, inédito)
Liquido as imagens do ano findo:
afundo lembranças
desacostumo os olhos
em espelhos refletores
a rotação traz a permanência
e redundâncias: o que faço
e sou enquanto a velocidade
constante me imobiliza
revido ao gesto de desdém.
Sou na civilidade o ocaso
inverso do sucesso: predominância
dos dias alternados na velocidade
da saudade
na certeza de que após o fim
recomeça a imagem desgastada
ao passar pelo tempo. Anos iniciados
em vozes geram esperas de novos temas.
Lembranças decompostadas aos meios
e aos fins
que o fim é começo eternizado.
(Pedro Du Bois, inédito)