Deitado em minha cama, pensamentos absurdos não permitiam meus olhos calarem-se. Pensamentos mal treinados insistiam em segurar com palitos os toldos dos meus olhos tão cansados pelas cores do dia a dia. Não eram um arco-íris, nem uma selva de pedra, como São Paulo, e nem amarela, vermelha e alaranjada como o sertão, que agora estava azul. Eram cores difusas, que agora se aglomeravam desordenadamente.
Em meio a tudo isso, descobri o amor. O jazz silenciou os pensamentos absurdos e brotou em meus olhos e coração o sertão, que agora estava debaixo d’água. O jazz me contagiou. Adentrou em meus ouvidos, alcançou meu coração, passeou pelas veias de meu corpo e alçou vôo à minha mente, um pouco perturbada pela madrugada seca e sonolenta. Pensei em corpos que mutilei em pensamentos impuros; no sertão que o sertanejo se enraíza por ele e por cada pedaço ou metro de terra laranja sem sabor de fruta; nas pessoas correndo solitariamente entre prédios, casas, fantasmas, desconhecidos sentados ou em pé em metrôs, que cortam o grande corpo humano que é São Paulo, mas dono de um coração grande, cheio, triste, solitário e duro, com sabor de cinza.
Embalado pelo jazz em minha cama, depois de lido que o Nordeste sofre um dilúvio e de sentir, num final de semana, que São Paulo é um grande vazio (apesar de transbordar de vidas), pude começar a entender o que é o amor. É a terra, que enquanto laranja e rachada sorri na face do sertanejo; é um estranho fazendo compras num supermercado e que continua desconhecido aos olhos de todos; sou eu, deitado na cama, com a caneta numa mão, o caderno na outra e nos ouvidos, o jazz, porque hoje, agora, estou jazz.
Em meio a tudo isso, descobri o amor. O jazz silenciou os pensamentos absurdos e brotou em meus olhos e coração o sertão, que agora estava debaixo d’água. O jazz me contagiou. Adentrou em meus ouvidos, alcançou meu coração, passeou pelas veias de meu corpo e alçou vôo à minha mente, um pouco perturbada pela madrugada seca e sonolenta. Pensei em corpos que mutilei em pensamentos impuros; no sertão que o sertanejo se enraíza por ele e por cada pedaço ou metro de terra laranja sem sabor de fruta; nas pessoas correndo solitariamente entre prédios, casas, fantasmas, desconhecidos sentados ou em pé em metrôs, que cortam o grande corpo humano que é São Paulo, mas dono de um coração grande, cheio, triste, solitário e duro, com sabor de cinza.
Embalado pelo jazz em minha cama, depois de lido que o Nordeste sofre um dilúvio e de sentir, num final de semana, que São Paulo é um grande vazio (apesar de transbordar de vidas), pude começar a entender o que é o amor. É a terra, que enquanto laranja e rachada sorri na face do sertanejo; é um estranho fazendo compras num supermercado e que continua desconhecido aos olhos de todos; sou eu, deitado na cama, com a caneta numa mão, o caderno na outra e nos ouvidos, o jazz, porque hoje, agora, estou jazz.
(Adams Alpes, Caçapava, 06 de maio de 2009.)
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