A face calma e secular cheirava a cais e especiarias
Seu olhar pairava sobre todas as rotas e mundos
E era em seu lábio que os ventos vinham aprender as diversas canções.
Todos a chamavam Beatriz
De seu ventre parira o universo entre rosas azul-desejo
E fez-se mãe de todos os deuses e deusas
Mitos e crenças, rituais e profecias...
E era na pausa das chuvas que tecia as noites e os dias.
O seio claro alimentava os meridianos,
Os demônios que nasciam das águas
E homens de chapéu e terno de outras gerações
eram longos os dedos de Beatriz,
e na palma de sua mão
guardava o céu e uma caixa de fetos
caminhava sobre as constelações com passos antigos e cansados
vestida de branco, com flores de anjos no cabelo
descia ao céu de tempo em tempo
com ramos de luzes e anis
desde o início e por todo o sempre
todos a chamavam Beatriz
em silêncio...
Beatriz.
Tonho França.
1 comentários:
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JURA
on
20 de outubro de 2009 às 23:18
lindo poema , abração
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