Versos sobre a obra CAMINHOS de ROBERTO MENDES
Por JURA | 11/27/2010 02:00:00 PM em | comentários (1)
Modestos bentosgonçalves
de lutas imodestas
fugas e avanços
serviços curtos
do passado o sonho
imortalizado no nome
da estátua
da rua
da avenida
da cidade
do município
barata forma de irrecusável
lembrança e dívidas impagáveis
de anos passados
ao mesmo tempo
do acordo
em que bentosgonçalves
lembram a epopéia
as mortes
o dia amanhecido
no frio rio
a separar
os lados
lado a lado
ao lado
do lado
pelo flanco
descuidada história
esfria o nome
e marca horas
paradas.
(Pedro Du Bois, POETA em OBRAS, Vol. V)
Domingo pra ouvir o ventinho fino que entra pela janela,
Ouvir os Bem-te-vis que cantam com a euforia do acasalamento,
Domingo pra ficar quietinho ouvindo o tempo passar
Ouvindo o ventinho fino que entra pela janela.
Por JURA | 11/18/2010 05:49:00 PM em | comentários (3)
Sobre as árvores o vento
sofre o suficiente
diz o pássaro.
Submerso peixe afirma ao vento
nada ter com isso.
Para envolver ares em ventos:
subjugar as terras e os animais
ao solo, diz o bicho estático
até que o vento o leve
pelos ares em águas submersas.
(Pedro Du Bois, O DIA (A)FINAL, 1, Edição do Autor)
Por Cláudio Costa | 11/15/2010 11:00:00 PM em | comentários (1)
TRUE LOVE
Dia desses pintei uma mentira e a pendurei no meu quarto.
Os anos passaram, mas ela não envelheceu.
A parede e suas vozes presas
Meus olhos em musgos e saudade
A pele em poros de luz e som
E essa mão antiga e fatigada
É herança de minha alma
Moldada em um barro antigo
Viscoso, poroso, aromatizado
Com a brisa do sopro de vida
Houve um tempo que os barros moldavam as almas
As casas, as tabernas, os pássaros, os céus, além dos céus
Houve um tempo, que a vida era gerada pela própria vida
No âmago do barro
E todo o mais, deriva-se daí
o oceano e os frutos, os anjos,as constelações
os deuses, as flores, o amor, as conchas, as sereias
as fadas e a lendas, as dores, a saudade
o amor e as distâncias
a musica e o vento
as palavras e os versos
algumas noites, pouso meus ouvidos na taipa
E poeta secular que sou, ouço a respiração do barro
As vozes das paredes vivas
E todas as histórias cavalgam em imagens
-The wall and its closed voices-
eu ouço, eu posso ouvir
Tonho França
...
a barganha abrange o sofrimento
e a oração despenca vozes cabisbaixas
de medos e certezas, âmago afogado
de carícias indóceis em mãos úmidas
no sofrimento ultimado das canções
pede ao outro que o represente ao dia
desmerecido dos aplausos e traz nele
o outro e os outros acompanhados
na mesma solidão em que se esconde
e se altera em essência: seus demônios
resplandecem auras e não é mais
você quem está em frente à porta
na saída incômoda com que se sabe
derrotado e inútil naquela hora.
(Pedro Du Bois, O NASCER DOS ARES E DOS PÁSSAROS, 3, fragmento, Vol. I, Ed. do Autor)
Avanço
entro
encaro a face
que me olha
olhos piscam
na demora
do reconhecimento
avanço
passo
encaro
o desconhecido
que não olha
triste
maneira de não ser visto
avanço
sobre o tempo e as horas
perdidas desde sempre.
(Pedro Du Bois, PASSAGEM PLURAL, Edição do Autor)
desgoverno
Por valéria tarelho | 11/02/2010 10:31:00 AM em Poesia, São José dos Campos, Valéria Tarelho | comentários (1)
sem planos
nem planaltos
sim ?oes!a
fêmea
- eleita -
que dita
meu poema
[sem pt
nem vír
gula]
valéria tarelho
*cartoon de doug savage