A parede e suas vozes presas
Meus olhos em musgos e saudade
A pele em poros de luz e som
E essa mão antiga e fatigada
É herança de minha alma
Moldada em um barro antigo
Viscoso, poroso, aromatizado
Com a brisa do sopro de vida
Houve um tempo que os barros moldavam as almas
As casas, as tabernas, os pássaros, os céus, além dos céus
Houve um tempo, que a vida era gerada pela própria vida
No âmago do barro
E todo o mais, deriva-se daí
o oceano e os frutos, os anjos,as constelações
os deuses, as flores, o amor, as conchas, as sereias
as fadas e a lendas, as dores, a saudade
o amor e as distâncias
a musica e o vento
as palavras e os versos
algumas noites, pouso meus ouvidos na taipa
E poeta secular que sou, ouço a respiração do barro
As vozes das paredes vivas
E todas as histórias cavalgam em imagens
-The wall and its closed voices-
eu ouço, eu posso ouvir
Tonho França
2 comentários:
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mural do ajosan
on
15 de novembro de 2010 às 23:12
Ê, Tonho, seus poemas são riquíssimos! adoro lê-los. Parabéns, amigo.
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JURA
on
18 de novembro de 2010 às 17:50
que orgulho de ser chamado de poeta, quando estou de seu lado.
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