Os pássaros me distraem
desligam-me do (des) necessário
brincam com minhas
cansadas retinas.
Os pássaros me atraem
tiram-me da faina diária
afinam minha
memória autiditiva.
Os pássaros me trazem
criam-me um relicário
fabricam árias, melodias
em constante oficina.
2 comentários:
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Edu
on
27 de fevereiro de 2011 às 08:04
Olá Jura,
Que belo poema.Parabéns!
Lembrei até do que escrevi há alguns anos:
Sabiá
Canta, canta sabiá, porque seu canto é mais extenso. Canta até o sol raiar, pois seu canto é uma benção.
As injustiças derrubaram seu ninho e ainda assim segue cantando. Que exemplo mais nobre de após cair seguir lutando.
Ainda que sopre o vento em todos os lados. Pode o mundo agir na ofensiva o deixando engaiolado, que não lhe prenderá a vida.
Cantará até a garganta secar. Todos vão ouvir um canto lindo. O que muitos não vão notar é a tristeza que habita no seu intimo.
Ele não quer flores artificiais. Muito menos peixe no aquário. Olha a mata sendo queimada, lá no céu vê a fumaça. Corre, corre bicharada, lá se foram suas casas. O que era verde ressecou, subiu ao céu bem lá distante, o seu canto ecoou, ninguém ouviu em nenhum instante.
Tal como um pé de trevos de quatro folhas estenderá suas asas para o sol, para que quando a noite trouxer o frio das coisas, ao semelhante possa agir em prol. E ainda que existam as trevas a sintonia continuará convencendo, dissipará toda névoa enquanto as plantas vão florescendo.
Então quem sabe alguém irá ouvi-lo cantando em um gaiola, entristecido ou amenizando as maldades do mundo em seu ninho. Vão notar que aquela ave não queria se destacar em meio a uma paisagem em ruína e o som que emitia era um prelúdio do que se tornaria sua vida.
Abraços,
Eduardo -
JURA
on
3 de março de 2011 às 13:06
belo texto, Eduardo, valeu
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