Vaso de cristal
Herança de família
A única peça de arte – arrogante e centenária
Enfeita minha sala.
contemplo a transparência antiga e estática do cristal
:
atiro-o contra a parede
os pedaços libertos reluzem faces conhecidas no tapete
algumas, como se vivas, pontiagudas
136 vezes dançam meu pulso
e bordam em mim, com pele e sangue
o nome de minha avó.
Tonho França
4 comentários:
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Eryck Magalhães
on
20 de fevereiro de 2011 às 15:17
Belo poema Tonho! Belo pela ideia, pela imagem (2ª estrofe) e pela musica (a ocorrência do "t" no 4º verso da 1ª estrofe).
Parabéns! -
JURA
on
21 de fevereiro de 2011 às 20:52
tu és poeta de verdade, inteiro.
-
Pedro Du Bois
on
22 de fevereiro de 2011 às 15:51
Caro Tonho, jamais nos livramos dos ancestrais, mesmo fragmentados, não? Parabéns pelo texto. Abraços, Pedro.
-
Fabiano Fernandes Garcez
on
23 de fevereiro de 2011 às 12:48
Tonho,
Belíssimo poema, a nova safra está fenomenal!
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