Sobre mulheres e procissões
As mulheres da rua quinze saem em procissão
Levam no andor carcomido uma santa em sal e rosa
Em coro as vozes desafiam ladainhas e confissões
Nunca amaram de verdade as mulheres da rua quinze
Nunca viveram de verdade
Nunca pecaram intensamente
São apáticas e mornas as mulheres da rua quinze
Não há perdão na mediocridade
Chove forte sobre o andor, a santa se desfaz
A rosa voa aos céus, o sal amarela no canto da calçada
Nunca mais saíram de casa as mulheres da rua quinze
Tonho frança
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