Já tomei todas as chuvas,
Perdi-me entre ruas e estrelas,
Nas entrelinhas, nos avessos,
Fiz-me sempre por inteiro.
Já bebi tempestades,
Dancei nos corredores da vida,
Fui som e luz.
Sombras e cores.
Sei de cor muitas dores,
Outras curaram com o tempo.
Já não sinto medo de mim,
Vejo-me no espelho.
Sei que eles mentem
Aprendi a atravessá-los,
Sem acreditar em maravilhas,
Sei da minha estrada,
Das imperfeições, das cicatrizes,
Não me iludo mais,
Aprendi a atravessar o espelho,
E sei tudo que vi, que vivi,
A vida é muito mais pesada,
O céu não existe, mas caso acredite,
É longe, muito longe daqui.
Tonho França.
2 comentários:
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Anônimo
on
10 de junho de 2010 às 08:45
Mandou bem, Tonho. Bacana essa referência encoberta ao mundo de Alice, de Lewis Carroll: "atravessar espelhos sem acreditar em maravilhas". E, de fato, o céu está muito longe, em algum lugar para "Além do arco-íris". E se a vida é pesada, demos graças aos poetas, pois seus poemas nos dão asas - são os "Red Bull" da literatura. Abraços, amigo.
W.G. -
mural do ajosan
on
11 de junho de 2010 às 02:51
Tens a poesia nas veias meu amigo Tonho; tudo que escreves tem vida e nós estamos perdidos mesmo, pois como disseste "...já bebi tempestades..."; "...O céu não existe, mas caso acredite, é longe, muito longe daqui"; e a vida continua. Ótimo poema, poeta.
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